terça-feira, 28 de julho de 2015

Ao colocarmos rótulos nos nossos filhos influenciamos a pessoa que eles são!


Cá em casa, queremos evitar rótulos!

Mas isto nem sempre é tão fácil como pode parecer de antemão...

Apercebi-me disso pois fui a um encontro sobre Disciplina Positiva, onde nos foi sugerido um pequeno jogo. Em vez de nos apresentarmos, deveríamos escolher um dos nossos filhos e falar no seu lugar, apontando as suas principais características.
Apesar da minha bebé ser tão pequena, foi mais fácil do que imaginava aderir a esta brincadeira. De facto, já consigo caracterizar alguns aspetos da sua personalidade...
Depois de todos os participantes o terem feito, foi nos comunicado o objetivo do exercício: tomarmos consciência do que pensamos dos nossos filhos, dos rótulos que lhes colocamos e de como isso pode afetar quem eles realmente são.
 
Vim para casa a pensar nisto.  Já não algo era novo para mim... Já o tinha lido e ouvido aqui e ali, sendo uma verdade já bastante interiorizada e que eu achava que estaria (e iria continuar) a pôr em prática.

Já estive em situações em que, perante uma criança mais calada e envergonhada ou que se recusa a dar um beijinho aos presentes, os pais justificam o seu comportamento com um "Ele é sempre este bichinho-do-mato!".
Se essa criança já tem tendência para ser tímida, não a ajudará certamente sentir-se exposta e rotulada perante outras pessoas, que ainda por cima lhe são estranhas.
E eu pensei que iria ter muito cuidado para não fazer algo semelhante quando fosse mãe...
Contudo, já dei por mim a fazer algo parecido. Por volta dos três meses, a minha bebé passou por uma fase em que chorava sempre que estava diante de pessoas pouco familiares. Dei por mim, a justificar-me com "Ela é desconfiada" ou "Ela estranha as pessoas".

Também já presenciei momentos em que uma criança tenta fazer prevalecer a sua vontade, mesmo que em algo de pouca importância, sendo  logo apelidada de "teimosa".
Pois ainda esta semana, dei por mim a dizer ao pai, acerca da nossa bebé: "Ela é pequenina, mas já tão teimosa! Olhando para qualquer um de nós, tem a quem sair..."

E quase certamente todos já ouvimos adultos dirigirem-se a crianças ou falarem delas como se não estivessem presentes, com frases deste tipo:
- És uma cabeça-no-ar!
- Despacha-te! És sempre o último!
- É um pisco! Não come nada!
- A irmã é muito mais trabalhadora!
- Matemática não é com ele. Sai ao pai...
Provavelmente, somos agora adultos que conseguem, numa ou noutra situação, reconhecer-se no papel dessas crianças... Todos, em maior ou menor número de situações, fomos (somos!) rotulados!

E isso influenciou a pessoa que nos tornámos? Acredito que sim. Os bons e os maus rótulos...
Se sempre escutei dos meus pais que tinha jeito para escrever, tal motivou-me a escrever cada vez mais, com confiança. A prática e a convicção no meu valor fizeram com que evoluísse na escrita,  aperfeiçoando essa minha habilidade.
Por outro lado, estava a tentar lembrar-me de um rótulo que me tivesse influenciado negativamente e nada me ocorre, pelo que parece que a este nível os meus pais fizeram um bom trabalho! Sou teimosa sim, mas isso não só traz o mau como também o bom!

Acredito que uma criança, ao ouvir constantemente que é mal-educada, chega a um ponto em que já não se esforça por se comportar melhor, pois acredita que é impossível livrar-se da imagem que carrega. Se é rotulada de "molengona" e "preguiçosa", sem que consigam reconhecer o seu esforço por ser mais rápida e despachada, agarrar-se-á ao rótulo que lhe foi dado e agirá cada vez mais em conformidade com ele. Se afirmam frequentemente que não é boa aluna, acabará por acreditar que não vale a pena estudar, pois nunca conseguirá obter boas notas.
E estes são pequenos exemplos entre a enorme diversidade de rótulos, que temos tendência para usar: hiperativo ou demasiado parado, desorganizado ou muito perfeccionista, coscuvilheiro ou indiferente a tudo, que não abre a boca ou é demasiado falador... Enfim...

Não acredito que consigamos não estabelecer uma imagem das pessoas e, mais concretamente dos nossos filhos. É inerente ao ser humano esta capacidade/necessidade de categorização. Ajuda-nos a compreender o mundo em que vivemos e (re)conhecer quem somos.
Mas acredito que estando mais conscientes dessa imagem, possamos escolher o tipo de atitudes e palavras que usamos, de modo a ajudarmos os nossos filhos a desenvolver o que de melhor há no seu caráter e a aprender a lidar com os aspetos menos positivos.

Uma boa maneira de nos consciencializarmos é jogando o referido jogo. Vamos lá?
O meu nome é... Os meus pais chamam-se... E eu sou...

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Fraldas de pano para a noite

Cá em casa, a bebé usa fraldas reutilizáveis há seis meses e meio.
 
Contudo, as fraldas que usa para dormir não são as mesmas que usa durante o dia.
Têm de ser fraldas com maior capacidade de absorção, pois são usadas durante muito mais horas.
 
Como capa exterior, desde que a bebé teve uma dermatite de contacto provocada pelos elásticos das fraldas, passámos a usar capa de lã. Temos uma da Fluffy Diapers e outra da Disana.


Optei por estas capas por dois motivos. O principal foi o facto de não ter elásticos a vincar-lhe a pele sensível durante todas aquelas horas de sono. O segundo motivo foram as propriedades curativas da lanolina presente na lã (antimicrobiana e desinfetante), que ajudam a restabelecer o equilíbrio natural da pele.
Inicialmente tinha algum receio de que pudessem ser quentes e de que a bebé acordasse transpirada, especialmente agora nos dias de mais calor. Contudo, a lã apenas mantém a temperatura do corpo, não o aquece, e permite que a pele respire. Ela tem dormido bem e nunca acordou transpirada.
Também tinha algum receio de que a lanolização das capas fosse um processo complicado e que não corresse bem à primeira. Afinal é algo simples...
Estou muito satisfeita com qualquer uma destas capas!

No interior, vario entre três tipos de fraldas, dependendo das que estão para lavar.

As minhas preferidas são as Hemp Hour Strap da Babyidea. Apesar de já por si serem extremamente absorventes (até porque na zona do rabinho têm quatro camadas de tecido), uso com uma pré dobrada (dobrada em três partes retangulares) e um absorvente de microfibra (3 camadas) no interior. Coloco ainda um liner stay dry, para a pele da bebé se manter enxuta.


Após cerca de 12 horas, ainda nunca encontrei as fraldas completamente ensopadas, ou seja, se fosse preciso, ainda absorveriam mais.
Também têm a vantagem de, mesmo com a pré dobrada e com o absorvente extra, serem pouquíssimo volumosas.
O senão é que apenas tenho duas fraldas destas, pelo que me vejo obrigada a também usar as outras... Talvez qualquer dia adquira mais duas (comprei o par), até porque são de tamanho único e durarão até ao desfralde.

Quando as Babyidea estão para lavar, uso as ajustadas da Fluffy Diapers, também de cânhamo. No interior coloco dois absorventes de cânhamo (que vinham com a fralda) e um de microfibra com três camadas. Uso igualmente um liner stay dry.


Quando retiro a fralda, normalmente está no seu limite de absorvência, mas nunca tive fugas.
Apesar de os elásticos não marcarem as pernas da bebé, como acontecia quando usava capas de PUL (de poliuretano laminado, mais vulgarmente conhecidas por capas impermeáveis), deixam sempre pequenos vincos e isso é também um aspeto que as coloca em desvantagem relativamente às outras.
Para além disso, não vão servir até ao desfralde e não é possível usá-las com mais absorventes, pois ficariam muito apertadas.

Em último caso, uso uma pré dobrada com a dobra de jornal, colocando um absorvente extra de microfibra com três camadas. Também aqui uso um liner stay dry. Neste caso,  prendo-a com um snappi.


Quando retiro a fralda, de manhã, está também ensopada, mas até hoje não me desiludiu.
A minha bebé mexe-se muito enquanto lhe mudo a fralda e tenho dificuldade em usar as pré dobradas. Esta é para mim a grande desvantagem e o motivo por que só recorro a elas quando não tenho mais nenhumas.

Não sei se estas fraldas durarão até ao desfralde ou se terei de ir fazendo ajustes. Ficaria satisfeita com estas, mas já percebi que há vários fatores que podem fazer com que precisamos de alterar o tipo de fraldas que estamos a usar: tamanho do bebé, quantidade de chichi que faz, problemas/reações da pele...
Felizmente, há cada vez mais pessoas a ingressar no mundo das fraldas reutilizáveis e a partilhar informação, pelo que se torna mais fácil irmos encontrando aquilo que mais se adapta às nossas necessidades.
Talvez um dia sejamos uma maioria... Era bom! 

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Primeiras experiências em Baby-Led Weaning...

Cá em casa, a nossa bebé começou a explorar novos alimentos.

E quando escrevo "explorar" é mesmo a isso que me refiro...
 
Depois de muito ler em livros e outros blogues, recolher opiniões e experiências em grupos na internet, ver vídeos, ouvir a opinião da pediatra e pensar muito, muito, decidimos que a introdução dos alimentos sólidos se faria através do método Baby-Led Weaning.

Baby-Led Weaning?! O que é isso?
Fazendo uma tradução da expressão, será qualquer coisa como "desmame conduzido pelo bebé". Contudo, tal não significa que é o fim da amamentação. Esta continua a ser a fonte do seu alimento principal, mas o bebé tem um papel ativo na iniciação da alimentação complementar com sólidos. Isto acontece pois, em lugar de lhe serem dadas sopas e papas, à boca com uma colher, nas quantidades definidas pelos adultos (normalmente os pediatras), são lhe disponibilizados os alimentos (sem estarem triturados) para que ele os explore com as mãos. É ele que decide o que quer comer e em que quantidade.

Futuramente, penso escrever sobre as vantagens do Baby-Led Weaning (BLW), bem como do que nos motivou a esta escolha, mas, neste momento, vou me centrar em relatar como foram os primeiros contactos da bebé com a comida e em partilhar os meus pensamentos daí emergentes.

No primeiro dia, cortei a cenoura em palitos e cozi a vapor.
Coloquei um palito sobre o tabuleiro da sua cadeira e, como não estava a dar-lhe atenção, peguei nele e ofereci-lho. Ela agarrou-o e levou-o à boca. Partiu-se ao meio (penso que devia tê-lo cozido um pouco menos e talvez não tivesse sido má ideia cortá-lo mais grosso) e ela ficou a explorar uma parte.  Levou-a à boca, várias vezes, até ficar com uns pedacinhos lá dentro, que começou a mastigar. Cuspiu um desses pedacinhos e tentou engolir o outro.
Foi aqui que o reflexo gag entrou em ação! Ficámos a observá-la, tentando permanecer tranquilos, enquanto puxava o vómito. Ao fim de poucos segundos, conseguiu ver-se livre do bocadinho de cenoura, mas acabou por vomitar um pouco de leite que ainda teria no estômago. Tinha mamado enquanto eu fazia o almoço...
Não ficou assustada, continuou bem disposta, mas não mostrou mais interesse em levar as cenouras à boca... Ainda agarrou nelas, uma ou outra vez, agitando as mãos para cima e para baixo, mas nada mais...
Não foi uma experiência muito positiva, mas deu para percebermos que os mecanismos de defesa do bebé são mesmo acionados de modo a evitar que se engasguem (que era o nosso medo!)...


No segundo dia, tínhamos planeado dar-lhe brócolos, mas ela adormeceu, enquanto eu fazia o almoço.
À hora do lanche, estava desperta, pelo que achámos que seria uma boa altura para a introdução de um novo alimento. Já não havia brócolos, pois eu e o pai tínhamo-los comido, mas eu ia comer um pêssego, que partilhei com ela.
Mostrou-se interessada em agarrá-lo, mas, como era muito suculento, fugiu-lhe muitas vezes entre os dedos, antes que o conseguisse levar à boca. A partir do momento em que provou o seu sabor, não mostrou novamente interesse em colocá-lo na boca.
Fiquei a pensar que talvez não estivesse ainda preparada para novos alimentos. Nunca tinha lido nenhum relato de que as crianças desistissem de pôr a comida na boca, depois de tomarem conhecimento do seu sabor. E, em todos os vídeos que vi, elas não perdiam o interesse como aconteceu com a minha bebé. Tinha uma expetativa diferente, mas tentei não desanimar!


No terceiro dia, novamente à hora do lanche, ofereci-lhe melancia.
De início, pareceu outra vez interessada, pegou no pedaço com alguma dificuldade, mas conseguiu levá-lo à boca. Chupou-o, tendo se soltado um pedacinho, que ela ficou a mastigar. O pedaço era mesmo muito pequenino, mas mesmo assim foi o suficiente para que, mais uma vez, o reflexo gag fosse acionado e ela vomitasse, olhando-me com ar aflito.
Não quis mais colocar a melancia na boca, embora tenha permanecido bem disposta. Obviamente não insisti...
Mas fiquei a pensar que queria fazer BLW para que a hora da refeição fosse algo agradável e o facto de ela vomitar não estava a ser de todo agradável! Para além disso, o meu receio de que ela se engasgasse, em vez de desaparecer com o que ia vendo a cada dia, nesse preciso momento tinha aumentado, porque lhe observava muito menos destreza e interesse do que imaginara.

 
 
Então, conversei com o pai, recolhi opiniões junto de outras mães com mais experiência em Baby-Led Weaning, e tomei a decisão de lhe dar sopa à experiência.
Usando as palavras de uma amiga minha, pusemos a hipótese de que a nossa bebé fosse "mais tradicionalista" e gostasse mais que lhe déssemos a comida à colher...
 
Será que pensámos bem?
A primeira colher ainda lhe entrou na boca (talvez julgasse que era o medicamento das cólicas, de sabor adocicado, que tomava quando era mais pequena!)... Fiquei satisfeita porque não se agoniou, apesar das caretas! Contudo, nas vezes seguintes em que estendia a colher,  virou sempre a cara, fazendo-se desinteressada e eu não quis forçá-la
 
Partindo deste princípio de não usar a força, que é fundamental no BLW, e do qual não pretendíamos abdicar, tomámos nova decisão: em alguns momentos vamos oferecer-lhe os alimentos inteiros, noutros iremos oferecer-lhe sopa para que a explore da mesma maneira.
Haverá quem defenda que isto já não é BLW... Não me importo muito com nomenclaturas, mas com aquilo que acredito resultar melhor com a nossa bebé! E afinal, a sopa pode não fazer parte da dieta das mentoras deste método, mas faz parte da nossa! E a mim tranquiliza-me vê-la provar novos alimentos sem se agoniar ou vomitar!
 
Assim, ao almoço tem brincado com a colher e com a tijela da sopa! Nesta brincadeira, acredito que esteja a aprender...  Mesmo não comendo nada visível aos nossos olhos, vai se habituando aos novos sabores e até já conseguiu levar a colher uma vez ou outra com correção à boca (embora se mostre muito mais fã do cabo!).
 
 
 
Ao lanche, temos lhe oferecido fruta e legumes inteiros. A banana foi a que suscitou maior interesse até agora, mas continua a ficar agoniada e emite o som "aaaa", olhando para mim com alguma aflição...
 
 
Estamos a viver tudo isto com tranquilidade e sem pressas, mas tal só está a ser possível porque eu estou com ela em casa e estarei nos próximos dois meses (pedi Licença Parental Alargada, como relato neste texto). Se tivesse ido trabalhar no mês passado, como estava inicialmente previsto, ela estaria ainda menos preparada e nós estaríamos a querer que toda esta mudança acontecesse mais rapidamente.
E isso, infelizmente, é o que acontece com a grande maioria dos pais. O que me leva a pensar que muitos dos problemas associados à alimentação das crianças advém desta passagem abrupta. E isto conduz-me a outro pensamento, que já tenho tido algumas vezes desde que fui mãe: é extremamente injusto que não disponhamos de mais tempo para estar com os nossos bebés!
 
Não sei se esta estratégia que estamos a utilizar resultará. Mas, neste momento, é a que se nos mostra mais conciliável com as características da nossa bebé. O tempo o dirá...
 

sábado, 4 de julho de 2015

Seis meses de aleitamento materno exclusivo!

Cá em casa, a nossa bebé foi amamentada exclusivamente com leite materno até aos seis meses!
 
Quando engravidei e comecei a interessar-me pelo assunto, tornou-se clara para mim a importância da amamentação. Contudo, muitas das minhas amigas tinham deixado de amamentar ao fim de pouco tempo e eu ainda aceitava como natural que isto poderia acontecer-me (embora não o desejasse!). Não me passava pela cabeça que, com o tempo, com acesso a cada vez mais informação e com a vivência da experiência na primeira pessoa, algumas coisas mudariam no meu pensamento, fazendo-me dar ainda mais valor à amamentação.
 
Quem leu este meu texto, sabe que o início não foi fácil... Embora tenha conseguido manter as minhas convicções relativamente à não introdução de leite artificial (e mais uma vez tenho de partilhar a minha gratidão pela neonatologista que me ajudou!), deixei-me formatar no que toca aos horários para dar de mamar. Evitava dar de mamar se não tivesse decorrido um intervalo de pelo menos duas horas (mas a verdade também é que estava a ser tão doloroso que não sei se o poderia ter feito de outra maneira, mesmo sabendo o que sei hoje...) e cheguei a usar uma aplicação do telemóvel para monitorizar a duração e os intervalos entre as mamadas.
Gradualmente fui me desligando deste tipo de controlo e passei a dar de mamar sem olhar o relógio.
Se nós adultos não comemos exatamente às mesmas horas, nem a mesma quantidade em todas as refeições, e nem sempre sentimos fome ao fim do mesmo espaço de tempo, porque é que achamos que os bebés (que ainda se estão a adaptar a tudo) devem funcionar com tanta regularidade? Não faz muito sentido, pois não? Por esse motivo, o fator tempo desapareceu e bebé passou a mamar totalmente em livre demanda...
 
 
No começo, estava bem ciente da importância da amamentação para a saúde física do bebé e tinha uma ténue ideia de que também contribuiria positivamente para o seu bem estar psicológico, fortalecendo o vínculo afetivo com a mãe... Como referi, esta era uma ideia ténue, à qual não tinha dado especial atenção. Para mim, a função primordial da amamentação era alimentar, fornecendo ao bebé todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, mas também importantes anticorpos, que não estariam presentes no leite artificial. E era por isso que queria dar de mamar! Sou uma pessoa naturalmente afetuosa, gosto de mimar os que me rodeiam e achei que, tendo em conta estas minhas características, não era por dar de mamar que seria mais carinhosa com a minha bebé.
Mas volvidos estes seis meses, dar de mamar passou a ter uma dimensão muito mais abrangente do que a de simplesmente alimentar. Alimenta o corpo sim, mas talvez tão ou mais importante seja a forma com alimenta a alma! Minha e da bebé!
Se, de início, ela mamava de olhos fechados ou fixando o vazio, e já assim era tão prazeroso observá-la, mais especial se tornou, quando passou a procurar o meu olhar e a parar nele com amor. Um amor tão puro e doce!... Um amor que eu não conhecia e que até hoje só encontrei na inocência do seu olhar!
Se inicialmente ela abocanhava a minha mama instintiva e desajeitadamente, e já assim me deliciava ao vê-la, mais derretida fiquei, no dia em que conscientemente estendeu a sua mão para me tocar no rosto. Também este foi um toque desengonçado, de quem ainda está a aprender controlar os movimentos, mas carregado de uma ternura que não existe em mais nenhumas mãos!
Rendo-me aos seus encantos, nos dias em que dar de mamar se torna uma brincadeira, quando decide abocanhar e largar a mama, com intervalos de sorrisos e olhar maroto!...
Sirvo-lhe de consolo, nos momentos em que não se sente bem, quando só a minha maminha consegue acalmar-lhe o choro ou o mal-estar, e tranquilizá-la até adormecer...
E já que falo nisso, haverá melhor maneira de entrar num sono tranquilo?...

O facto de ter amamentado exclusivamente até agora, tem-nos proporcionado, a mim e à bebé, momentos únicos de união e partilha, que não teriam sido iguais noutros momentos do dia-a-dia...

Por tudo isto (e pelo que ainda vou descobrir!), continuarei a amamentar. Já não de forma exclusiva, porque a nossa bebé entrou numa nova etapa da sua vida, mas mantendo em mente que, até completar um ano, o leite materno deve continuar a ser o seu alimento principal!
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