sábado, 24 de março de 2018

Diário de uma Mãe a Tempo Inteiro - Dia 7

DIA 7 - SÁBADO


Hoje só nos levantámos às 10 horas!!!!! Nem me lembro da última vez que tal aconteceu! A verdade é que ontem já viemos tarde da festa de anos, pelo que os miúdos adormeceram mais tarde, mas ainda assim foi uma surpresa! O Damião acordou às oito e meia, mas dei-lhe maminha e consegui que adormecesse outra vez. Levantei-me para espreitar como estava o tempo, pois tínhamos pensado ir ao Jardim Zoológico ver uma peça de teatro gratuita. Contudo, estava a chover e, com todos a dormir tão bem, decidi enfiar-me na cama outra vez. Foi o bem que fiz!
A Elisa hoje quis papa para o pequeno-almoço, em vez do habitual iogurte com fruta. Eu e o pai verificámos que não tínhamos mais café, pelo que fomos todos vestir-nos para ir à rua com urgência!
Enquanto tratávamos dos últimos pormenores, a Elisa colocou uma manta pelas costas e andou pela casa a fazer de Capuchinho Vermelho. Eu tive de ser o lobo, a avó, a mãe, e só me escapei de ser o caçador pois mandei-a ir ter com o pai!
Decidimos ir a uma pastelaria de que gostamos e aproveitámos para comer pastéis de nata. Compramos também umas amêndoas, que a Elisa comeu pela primeira vez. Eu quis daquelas de licor, em forma de bebé, que a minha avó costumava dar-me mundo eu era criança.
No regresso, passámos pelo supermercado. Aí, o pai encontrou uma amiga e ficou um pouco a conversar. A Elisa subiu para a roda do carrinho do mano, de forma a ficar mais ao alcance deles dois e começou a emitir palavras sem significado, só com o objetivo de perturbar a conversa e chamar a atenção para si. Ultimamente isto tem acontecido com muita frequência, e já tivemos várias conversas com ela sobre isso, mas não está a ser fácil que este seu comportamento se altere. Peguei nela, afastei-a um pouco do local, agachei-me ao seu nível e disse em tom firme: "Eu não permito que estejas interromper a conversa do teu pai com a amiga. Se tens coisas para dizer, esperas que eles acabem de falar.". "Eu não tenho nada para dizer...", respondeu-me ela honestamente. "Então, essa é mais uma razão para ficares em silêncio e escutares o que os outros dizem.", concluí eu. O pai, entretanto terminara a conversa e seguimos às compras. Foi a primeira vez que usei esta abordagem, direta e de poucas palavras, recorrendo à expressão "não permito que...". Vamos ver se resulta...
Já em casa, o Damião dormia, eu fui publicar o diário de ontem, pois ainda não tinha conseguido fazê-lo, e o pai esteve a ler jornais online. A Elisa sentou-se na mesa dos Playmobil e esteve bastante tempo no seu mundo imaginário a brincar com os bonequinhos. Depois, pediu-me para que me juntasse a ela e eu assim fiz.
O Damião acordou e fomos todos almoçar.
Quando terminámos, ela sentou-se junto dele a contar-lhe histórias. Fiquei a escutá-la, sem que se desse conta, cada vez mais maravilhada com a forma como já consegue encadear as ideias e com as expressões que utiliza...
Depois, chegou a hora da sua sesta. Ela queria que eu lhe lesse uma história. Então, como ando interessada no Gato das Botas, fui procurar um livro que sabia ter com este título, embora já não me recordasse do seu conteúdo. Não é a história original, mas gostei muito de o ler. Fiquei um pouco a aconchegá-la e depois vim para a sala.
O Damião, que tinha ficado a brincar com o pai, estava a começar a choramingar. Deite-me no sofá, junto à janela, dei-lhe maminha e fiquei a relaxar olhando as nuvens e os ramos floridos das árvores. Depois de umas trocas de sorrisos safados, adormeceu e eu mudei-o para o carrinho.
Dei um avanço na escrita do diário e fui dobrar roupa.
Quando a Elisa acordou, vinha muito rosada e transpirada. Agarrei-a no meu colo, no sofá, envolvia-a com uma manta e ali ficamos a usufruir do momento. Perguntei-lhe se tinha sonhado e ela respondeu-me, parecendo-me já tão crescida: "Tu sabes que eu não sonho de dia.". De facto, ela já mo tinha dito antes... Depois, lembrou-se do livro do Gato das Botas e foi buscá-lo para que lho lesse novamente. Como sempre, fez imensas perguntas sobre a história e sobre as ilustrações.
Um pouco despois, o mano também despertou.
Ela foi à casa de banho, mas demorou imenso. Percebi porquê quando apareceu com um cachecol e um gorro na cabeça, lançando outro gorro ao ar. "Mãe, não estou a conseguir fazer a magia!". Uma vez, há já bastante tempo, brinquei com ela trocando, sem que se desse conta, o gorro que mandava ao ar por outro, várias vezes seguidas. Estivemos então outra vez nessa brincadeira. Ainda não percebi se ela já sabe como faço ou não...
Depois, esteve a brincar com o seu ursinho, tratando-o como a um bebé e colocando-o inclusivamente no ovo do irmão.
Tínhamos combinado que fazíamos um bolo. Decidi que faríamos um bolo de cenoura e tâmaras. Então, ela descascou as cenouras e eu pu-las a cozer. Enquanto cozinhavam, pediu-me para ver televisão, desta vez um episódio da Princesa Sofia. A seguir, lanchámos e fizemos o resto do bolo.
O pai esteve com o mano e acabou por o adormecer. A Elisa foi brincar com os Playmobil e fazer um desenho. Eu dobrei e arrumei mais alguma roupa, e fiz o jantar.
Depois do jantar, as crianças tomaram banho, outra vez juntas na banheira grande. Adormecemo-las e regressámos à sala. Deixámos o cão entrar um bocado...
Terminando este, que será o último dia deste diário, vou ler um bocadinho, nunca muito porque o sono espreita logo!...
Adorei esta reflexão diária, com a respetiva compilação de fotos... Talvez a venha a repetir...

Diário de uma Mãe a Tempo Inteiro - Dia 6

DIA 6 - SEXTA-FEIRA


Hoje começámos o dia a brincar aos médicos ainda na cama! O Damião teve tratamento completo, desde auscultação, a medição da tensão, xarope, penso, verificação da febre e injeção!
Viemos depois para a sala, tomar o pequeno-almoço.
A Elisa ficou a ver os seus desenhos - uns episódios de Daniel Tigre -, enquanto eu tomei o meu banho, com o Damião no carrinho fazendo de espectador. Quem é mãe sabe que até tomar banho não é tarefa fácil!
Hoje tivemos de nos despachar para sair, pois fomos à escola onde trabalho, matricular a Elisa. Ela começará a frequentá-la já no próximo mês, aquando do meu regresso. Ainda andámos mais de meia hora de carro, o que deu para muitas conversas. Ela queria perceber o que era a Páscoa, e quem tinha sido Jesus, e porque o mataram e quem o matou... Enfim, uma pergunta atrás da outra!
Lá na escola, foi uma animação, teve conversa e brincadeira para toda a gente! Vimos feijões a germinar, na sala de uma colega minha. Então, como também andamos de volta das sementes, decidimos que vamos fazer a mesma experiência cá em casa (depois partilho...). A dada altura, decidiu que queria "ler-nos" um livro e foi procurar na biblioteca dessa sala. A escolha dos livros é que não foi a mais favorável, digamos assim... Começou por uma enciclopédia, passou por um livro pop-up meio destruído e terminou num livrinho de banda desenhada. Não existiriam por lá contos de fadas comuns?! A minha colega deu-lhe uma folha com um ovo da Páscoa, igual aos que os meninos mais crescidos tinham colorido e exposto na parede, que ela começou a pintar na sala e trouxe para casa para concluir.
Depois, fomos buscar a minha mãe ao trabalho e viemos para casa almoçar.
A seguir, fiquei a arrumar a loiça do almoço e a avó foi com os netos para o quarto, mudar a fralda ao Damião e ver como a Elisa já consegue lavar muito bem os dentes sozinha.
A Elisa quis fazer um jogo das bruxas comigo e com a avó e, de seguida, contei-lhe Os Sete Cabritinhos e ela foi dormir.
O Damião ficou a brincar no seu cantinho, muito independente e satisfeito, durante bastante tempo. Depois dormiu um bocadinho.
Eu andei a aspirar e, como é frequente, a avó ajudou-me bastante nas limpezas.
Quando a Elisa acordou, fez sumo das laranjas do nosso quintal e comeu tostas com manteiga.
De seguida, ilustrou um postal para a prima, que hoje fez 19 anos, e eu escrevi uma dedicatória no interior do mesmo. 
O pai entretanto chegou e nós saímos. A prima ainda mora longe e havia jantar lá em casa.
Foi uma noite muito animada, pois para além da família, estava presente uma amiga de infância, que eu não via desde essa altura. Coincidentemente também foi mãe de um menino há uns meses, pelo que encontrámos muito em comum e conversámos imenso a noite toda! Foi muito giro! A Elisa recebeu muitas cartas de dinossauros e um brinquedo parecido ao Lego, que é um unicórnio com uma fada. Ela e o irmão andaram entretidos, recebendo atenção e fazendo as delícias de toda a gente.
Tal como faço sempre que juntamos fora, em casa de familiares, levei os pijamas da Elisa e do Damião. Assim, quando regressámos a casa, já vinham a dormir e não tiveram que despertar... Apenas os transferimos do carro para a cama.
Eu vim escrever o diário... Tem sido muito positivo fazer esta revisão dos meus dias!

quinta-feira, 22 de março de 2018

Diário de uma Mãe a Tempo Inteiro - Dia 5

DIA 5 - QUINTA-FEIRA

Mais uma vez, acordámos ainda com o pai em casa, ou seja, cedo. Ficámos naquele despertar vagaroso, levantámo-nos e vestimo-nos. O Damião estava outra vez molhado. Tem mamado tanto durante a noite, que não há fralda que aguente!
A Elisa quis novamente ir logo para a rua. Esteve a brincar com o cão às corridas e andou de baloiço.
Depois de comermos o habitual pequeno-almoço, composto por fruta, iogurte natural e cereais, eu fiquei a fazer algumas tarefas domésticas. O Damião esteve a explorar os seus brinquedos, com a mana à sua volta a brincar ao faz-de-conta, recriando uns desenhos animados da Barbie e de uma sereia. A seguir, quis desenhar e fez outra árvore, desta vez acompanhada de um sol, um rio e um barco.
Depois, pediu-me para ver a Elena de Avalor na televisão, mas eu queria adormecer o mano. Então sugeri-lhe que pintássemos uns desenhos de um livro de colorir que tem, enquanto eu o embalava no carrinho e lhe cantava canções. Concordou.
Terminada essa atividade, pus-lhe os desenhos que me pediu e aproveitei que o Damião dormia para continuar nas minhas tarefas, que envolviam, claro está, dobrar roupa! Fui interrompida, ao fim de pouco tempo, pois atualmente ele faz sonos muito curtos, pelo que estas tarefas foram sendo feitas em curtos espaços de tempo ao longo do dia.
Brinquei com ele e trocámos mimos.
Depois lembrei-me que gostava de fazer uns hambúrgueres de lentilhas para o almoço e fui procurar uma receita. Segui as primeiras indicações e, enquanto as lentilhas ficaram a cozinhar, convidei a Elisa a irmos lá fora, semear as restantes flores e os tomateiros que comprámos. O Damião esteve no carrinho, mas esteve choroso. Então, vim para dentro, terminar o almoço e, com o barulho do exaustor e das minhas canções, ele adormeceu num instantinho. A Elisa ficou a brincar no quintal. Quando voltou, teve de mudar de roupa, pois estava molhada e cheia de terra. 
O Damião acordou quando íamos sentar-nos à mesa, pelo que fiz também a papa dele e dei-lha. A Elisa quis comer o que sobrou como sobremesa.
Depois, fiquei a arrumar a cozinha e pedi-lhe que fosse lavar os dentes, como habitualmente, para ir fazer a sesta de seguida. Só que, quando cheguei à casa de banho, o bidé estava cheio de água com espuma e ela estava a mergulhar a escova no bidé, algo tanto eu como o pai já lhe explicámos que não se faz. Voltei a explicar-lhe que aquela água estava suja, que não era o sítio ideal para pôr a escova que depois irá colocar dentro da boca. Disse-lhe que confiava no facto de que ela era capaz de lavar os dentes sozinha, mas que aquilo não o demonstrava. Acrescentei que havia outros momentos para brincar com água, como por exemplo quando o fez antes do almoço no quintal, mas que aquele momento era para uma tarefa específica: escovar os dentes. Em jeito de acabar com a conversa, disse-me: "Tenho as mangas molhadas! Ajuda-me a tirar a camisola...". E eu respondi-lhe que essa era uma consequência da sua escolha, que não ia dar-lhe outra roupa para vestir. Ainda fez aquele choramingar forçado, mas eu fui continuando a falar e ela acedeu. Veio deitar-se na cama, junto a mim e do mano, e eu fui lhe explicando todas as nossas escolhas têm consequências, e que estas, por sua vez, podem ser boas ou más. Quis exemplos. Muitos. Dei-lhe alguns, mas agora só me lembro deste: "Posso escolher ir para a rua sem casaco. Se estiver frio, sinto-me desconfortável (consequência má), se estiver calor, sinto-me bem (consequência boa)."
Não estava muito inspirada (tinha gasto toda a inspiração em consequências!), por isso em vez de contar uma história de memória, escolhi ler-lhe alguns contos de Grimm.
Vim com o Damião para a sala, brinquei algum tempo com ele e depois deixei-o entretido com os seus brinquedos e comecei a adiantar o diário.
O momento em que se chateou e quis mamar coincidiu com o momento em que a Elisa também acordou. Então, mais uma vez fiquei com os dois aninhados no meu colo. Ele adormeceu e eu fui deitá-lo na sua cama.
Fiquei com a Elisa a jogar às cartas das bruxas - o jogo do momento! Entretanto, ela lembrou-se que há muito tempo não fazia um puzzle que tem sobre a reprodução dos animais. Estivemos a fazê-lo e depois ajudei-a a separar os animais por classes: mamíferos, peixes, aves, répteis e insetos. Começou a dizer-me que a joaninha se ia transformar em borboleta e então aproveitei para lhe mostrar um livro com umas ilustrações lindíssimas que comprei há uns dias: A butterfly is patient. Traduzi-lhe algumas páginas e guardámos o resto para outro dia.
O Damião acordou, lanchámos e fomos preparar-nos para sair, pois hoje a Elisa tinha aula de ballet. Só que o Damião teve uma crise de choro. Não parava de chorar e eu não estava conseguir acalmá-lo. Mama não era, porque já tinha mamado e até estava a bolsar-se. Talvez fosse má disposição por ter mamado de mais... Eu segurava-o ao colo, tentava aconchegá-lo junto mim, ou distraí-lo, dar-lhe algum brinquedo, pôr-lhe a chucha... Nada estava a resultar! Cada vez chorava mais, muito enervado! E o Damião é um bebé calmo... Isto é algo que não costuma acontecer... Decidi levá-lo para o quintal e acabou por acalmar, mas assim que voltámos para dentro e tentei colocá-lo no ovo, pois íamos de carro, começou novamente a choradeira. Eu já estava nervosa também, apesar de não querer sentir-me assim... Quando saímos definitivamente de casa, acalmou. Fiquei sem ter a certeza do que era realmente, mas senti-me muito desgastada, após esse momento.
Antes da aula de ballet, a Elisa aproveitou para brincar com as amigas. Tentamos ir sempre com alguma antecedência, para ela ter oportunidade de estar com elas. Levou um livro com puzzles, mas não queria que a amiga os montasse com ela. Então, chamei-a ao pé de mim e disse-lhe que ela tinha o direito de não emprestar os seus brinquedos, mas que se tinha levado aquele livro de propósito para mostrar às amigas, não fazia muito sentido que não o partilhasse, que assim sendo mais valia tê-lo deixado em casa... A mãe dessa menina estendeu-lhe uma boneca da filha, ela agarrou-a e já não deu mais importância ao livro, tendo a menina ficado entretida com o mesmo. Estava resolvido o assunto!
Chegados a casa, já o pai cá estava. Foi a rotina do costume: tratar do jantar, banhos e cama da pequenada. Enquanto fiz o jantar, a Elisa ainda esteve ajudar-me a arrumar os talheres na gaveta... Ao jantar, o mano comeu a sopa toda e ainda repetiu. Ela comeu tudo com custo. Depois, a Elisa pediu-nos para tomarem banho juntos e estiveram felicíssimos a brincar na banheira! Eu adormeci o Damião, o pai adormeceu-a a ela. Agora, vim finalizar o diário e não deve faltar muito para também me ir deitar.

Diário de uma Mãe a Tempo Inteiro - Dia 4

DIA 4 - QUARTA-FEIRA



As últimas noites têm sido um pouco cansativas, porque o Damião, devido ao nascimento do novo dente (creio eu), anda a acordar ainda mais vezes que o costume... Apesar de ter adormecido às 9 e pouco da noite, apetecia-me dormir mais. Só que eles não quiseram! Ainda ficámos naquela ronha uns minutos, mas levantámo-nos pouco passava das 8.
Fui para a cozinha tratar do pequeno-almoço. O Damião ficou a brincar e a Elisa quis logo fazer um desenho. Que engraçado! Desenhou uma árvore! Logo hoje, que é o Dia da Árvore! Só fiz essa associação mais tarde e, quando a partilhei com ela, quis saber porque é que havia um Dia da Árvore. Então, expliquei-lhe mais uma vez qual a importância das árvores (ar que respiramos, madeira, papel, frutos, sombra...).
Depois de comermos, ela quis ver televisão. No outro dia, quando procurava o Capuchinho Vermelho no YouTube, encontrei um canal que tinha muitos episódios da Ana dos Cabelos Ruivos. Comentei que via aqueles desenhos animados quando era criança e ela não se esqueceu. Então, hoje quis ver um episódio. Pensei que não gostaria, porque efetivamente estão um pouco ultrapassados, mas gostou e diz que quer ver mais vezes.
A seguir, pus roupa a lavar na máquina e despachámo-nos para sair, aproveitando que estava sol. Fomos à Biblioteca, local de que a Elisa gosta bastante. Para além dos livros, tem uma área com jogos e brinquedos. Às vezes, encontra lá meninos para brincar, mas hoje apenas estava um menino já de saída e pouco interagiram. Ainda assim esteve entretidíssima a brincar às cozinhas e com uns camiões. O mano dormia e eu aproveitei para relaxar num sofá. Trouxe-me alguns livros para lhe ler, curiosamente mais do que um sobre números, área que lhe anda a despertar muito interesse.
Quando fomos, logo de seguida, ao supermercado, na caixa para pagar. apontou para o preço dos sacos e disse-me "Mãe, este é o 10, não é?".
Passámos também no mini-mercado da avó. Esteve com ela até aos dois anos, enquanto eu estava no trabalho, pelo que toda a gente a conhece e ela se sente ali muito à vontade. Aproveitou para visitar a sua amiga da loja do lado e andou na correria e na risota entre uma loja e a outra.
Quando chegámos a casa, sentei o Damião no seu cantinho e a Elisa andou a brincar com os balões (a avó hoje deu-lhe mais). Para mim, começou um momento de alguma correria: fazer a papa do Damião, dar-lha (felizmente a Elisa ajudou nas primeiras colheradas), aquecer sopa, cozer raviolis e saltear cogumelos para nós duas, temperar salada, dar comida ao cão, arrumar a loiça da máquina, arrumar as compras (pelo menos o que eram de frigorífico)... Uff!
Depois do almoço, ainda tentei acabar de arrumar as coisas, mas o Damião estava inquieto e percebi que queria mamar. Adormeceu assim. A mana estava a comer um rebuçado e, por isso, não foi logo lavar os dentes. Ficou a brincar com os Playmobil. Eu comecei a adiantar o diário. Ao fim de um bocado, perguntei-lhe se já tinha acabado o rebuçado e respondeu-me que sim. "Então podes ir lavar os dentes, por favor?", pedi. "Estou só a acabar de fazer aqui uma papinha!", respondeu. Brincou mais um bocado e voltei à carga: "A papinha já está feita, não está?. "Está...", confirmou, "Vou só brincar aqui com os balões!". "Não foi isso que combinámos...", respondi. E ela lá foi, fazer o que lhe tinha pedido. Se não é fácil interromper uma coisa de que estamos a gostar, sendo adultos, imaginem como o será para as crianças...
Coloquei o mano a dormir no carrinho e fui com ela para o quarto. Deitámo-nos enroscadinhas e ela pediu-me uma história nova. Sugeri o Gato das Botas, que não era totalmente nova, mas que eu só comecei a contar no outro dia. Ela concordou. Fiquei a dar-lhe mimos, disse-lhe que gostava muito dela e fiquei a aproveitar aquele momento bom!...
Quando adormeceu vim para a sala, para o computador. Entretanto lembrei-me da máquina de roupa e fui estendê-la. Estava um sol bom e aproveitei para dar umas festas ao cão, que tinha o pelo quentinho.... A cozinha ficou por arrumar, pois não queria arriscar de acordar o Damião com aqueles barulhos.
Quando a Elisa acordou, veio aninhar-se no meu colo no sofá. O mano também estava despertar e quis sair do carrinho. Assim que o agarrei, inclinou-se todo à procura da mama... Ficaram os dois no meu colinho, ele a mamar, ela a dar-lhe carinhos. Tão bom!
Entretanto, estivemos a procurar na net porque ficamos com os dedos engelhados e, depois, ela pediu-me para ver alguns livros em inglês no YouTube. Lemos Orange Pear Apple Bear e Baby Love. Adoro o último!
Depois, pus o Damião no chão, no seu espaço. Ainda não gatinha, mas já consegue arrastar-se e sair do chão de borracha e, quando dei por ele, já estava a tocar no sofá e no móvel. Ela andou a brincar ao faz de conta, com os balões e a fazer desenhos.
De seguida, fomos para o quintal, com o intuito de semear as flores que comprámos no supermercado. Tive de arrancar as ervas daninhas e remexer um pouco a terra. A Elisa descobriu uma caracoleta e eu chamei a sua atenção para umas minhocas e um inseto parecido a um escaravelho (não sei se seria exatamente). Fizemos uns buraquinhos e colocámos lá os bolbos. O Damião estava na espreguiçadeira e teimava em choramingar, dando a entender que não queria estar ali. Então, a nossa atividade foi interrompida. Comprámos outras sementes e ainda nos sobraram bolbos, mas teremos de os pôr na terra noutra altura. Apanhei a roupa e vim para dentro com o Damião. A Elisa ficou a andar no baloiço.
Quando o pai chegou, estávamos os três no sofá, que era um barco numa viagem com diversas paragens. Ele vinha cansado e foi descansar para o quarto.
Eu e a Elisa fomos lanchar (com tanta atividade até nos tínhamos esquecido!). Acabei finalmente de arrumar a cozinha.
Depois, chegou a hora da minha aula de pilates. O pai ficou com as crianças e eu fui.
Quando cheguei, a Elisa estava a brincar com os Playmobil, o que me fez ter a certeza de que ter o cenário montado a motiva para essa brincadeira. Jantámos, deitei o Damião e vim para sala, pois ela não queria dormir sem jogar um jogo das bruxas.
Quis também mostrar ao pai os livros que tínhamos lido no computador e, depois disso, ele foi deitá-la.
Vim escrever o diário. Assim termina mais um dia...

quarta-feira, 21 de março de 2018

Diário de uma Mãe a Tempo Inteiro - Dia 3

DIA 3 - TERÇA-FEIRA



Hoje o Damião acordou com o pai a sair da cama e eu, morta de sono, disse para mim mesma "Nem penses que nos vamos levantar já!"... Então, apesar de ter continuado a tentar despertar-me com as suas vocalizações, fiz-me desentendida, dei-lhe maminha e ali ficámos naquela ronha de mama, dorme, acorda, mama, dorme... Quando finalmente a irmã acordou, pensei que fossem umas 11 da manhã... Engano! Ainda nem eram 9 horas! Mas, enfim, é bom sinal, é sinal de que dormi o suficiente.
Ficámos, como habitualmente, naquele despertar vagaroso, sem sair da cama, e a Elisa lembrou-se de ir ao seu quarto buscar um livro para fazer de conta que ia adormecer o mano. Trouxe um com vários contos de Grimm e foi contando as histórias. Foi tão bom ouvi-la! Primeiro porque me permitiu prolongar aquela mandriice e depois porque confirmei que já consegue contar com muitos pormenores a maioria daqueles contos!
Levantámo-nos, vestimo-nos e a Elisa quis ir brincar para o quintal. O Damião hoje não quis ficar no seu cantinho, pelo que o sentei na cadeira da papa, enquanto preparava o pequeno-almoço. 
Quando estava mesmo a terminar, a Elisa bateu à porta, dizendo-me que estava a começar a chover.
Comemos, com o Damião sempre inquieto e choroso.
De seguida, a Elisa quis ver os seus desenhos. Desta vez, optou por dois episódios da Heidi. Eu não sabia que havia uma versão mais moderna dos mesmos... Não me pareceram maus de todo.
O Damião continuava inquieto e só acalmou na maminha. Aliás, hoje esteve assim: desconfortável e sempre a querer mamar. Com ele mais calmo, ficámos nos mimos e a brincar.
Comecei a dobrar roupa (eu avisei!) e pu-lo no carrinho, para ver se dormia. Os desenhos animados terminaram e a Elisa queria que eu fosse brincar com ela. Quando lhe respondi que nesse momento não podia, pois estava a tentar adormecer o mano e queria dobrar a roupa que estava no cesto, fez birra. Começou a fazer um choro forçado, sentou-se no chão com cara de amuada e ainda atirou com umas peças de borracha. Disse-lhe que entendia perfeitamente que estivesse desapontada e zangada por não me ter como companheira de brincadeira, mas que ter aquele tipo de reação não ia ajudar a resolver nada. Expliquei-lhe que tal como eu não exigi que interrompesse a sua tarefa de ver os desenhos animados para fazer o que quer que fosse, também não era justo ela estar a exigir que eu parasse tudo para ir brincar com ela. Reforcei que entendia que ela se sentisse assim, que também eu queria brincar com ela, mas depois... "Tenho fome!", lembrou-se entretanto, em jeito de exigir a minha atenção, mas mudando de conversa. Fui buscar-lhe um queijinho e duas bolachas de chia. Comecei a andar pela casa, embalando o Damião no carrinho, e ela sempre atrás de mim. Depois, fui para a mesa dobrar a roupa e ela veio pedir-me que afastasse alguma roupa já dobrada para poder comer ali. Assim fiz.
O seu mau estar passou e, de seguida, lembrou-se de ir brincar com balões. Pediu-me que os enchesse e ainda me envolveu um bocadinho na brincadeira, ao mandá-los para junto de mim. Continuei na minha tarefa e ela brincou com a sua Nancy. Quando terminei, perguntei-lhe se me queria ajudar a arrumar a roupa nas gavetas e ela concordou satisfeita.
Depois, fomos brincar com os Playmobil. Estavam todos guardados num balde, pois tinha estado cá em casa uma amiga que é mais pequena e para a qual podiam ser perigosas aquelas peças tão pequenas. Penso que por estarem arrumados, a Elisa nunca mais tinha querido brincar com eles. Então ajudei-a a montar o cenário e, quando o Damião acordou e tive de interromper a brincadeira, ficou tranquilamente a brincar sozinha.
Pensei que ele estaria com fome e fui aquecer a sopa, mas ao fim da terceira colherada começou a chorar sem parar. Peguei nele e mamou. Só depois quis comer a sopa... Hoje esteve assim... Deve ser por causa do dente que rompeu ontem.
Fui fazer o almoço e a Elisa apareceu, como é seu costume, para me ajudar. Deixei que partisse as nozes e as colocasse na frigideira. Comemos hambúrgueres de tofu, com arroz, e espinafres salteados com nozes e canela. Estava delicioso!
O Damião continuava a choramingar e, como esfregava os olhos, pensei que tivesse sono. A Elisa foi lavar os dentes e fazer xixi, para ir dormir a sesta de seguida. Quando cheguei ao quarto, pediu-me para nos deitarmos os três, porque queria dar miminhos ao mano. Pareceu-me boa ideia e que ele adormeceria também. Mas não resultou e, ao fim de um bom bocado no qual ele literalmente lutava contra o sono, decidi trazê-lo para a sala, um pouco chateada com aquilo tudo.
Mamou outra vez e acabou por adormecer nos meus braços. Fiquei derretida a olhar para ele e depois deitei-o ao meu lado, no sofá, e comecei a adiantar o diário.
A Elisa acordou ao fim de um bocado. Ele acordou também. Ficaram os dois no meu colo, enquanto o amamentava novamente.
Depois, sentei-o no seu cantinho e fui brincar com a Elisa. Brincámos com uns bonecos miniatura que tem, jogámos ao jogo de cartas das bruxas e ao Koala Capers (com o Damião sempre a esticar o braço para tentar mexer nas cartas!).
Lanchámos e fomos organizar as coisas para a piscina. Assim, quando o pai chegou do trabalho, ela já tinha feito um desenho, andava a brincar com os balões e a fazer percursos com almofadas, mas já tínhamos tudo pronto e saímos de seguida. O pai ficou com o Damião, e nós duas fomos para a piscina: ela tem aula de natação e eu de hidroginástica. No balneário perguntou-me porque ficávamos com os dedos engelhados. Ficámos de pesquisar num livro de "Porquês" que temos em casa, mas afinal descobrimos que é sobre animais e não esse tipo de questões.
No regresso, passámos na churrasqueira e comprámos um frango para o jantar.
Já em casa, comemos e, em simultâneo, fomos dando a sopa ao Damião, que tinha estado a dormir. Depois, eu e o pai demos-lhe banho. Eu vesti o Damião, e o pai a Elisa. De seguida, fiquei a adormecê-los no meu quarto. Estava tão cansada que adormeci também...

terça-feira, 20 de março de 2018

Diário de uma Mãe a Tempo Inteiro - Dia 2

DIA 2 - SEGUNDA-FEIRA


O pai hoje foi trabalhar e por isso foi o primeiro a levantar-se. O Damião contudo já estava inquieto, mas puxei-o para a minha cama, dei-lhe maminha e adormecemos os dois novamente. Passado um bocado, acordei com a Elisa a sair da sua cama e a passar por cima de mim, para se ir deitar  junto ao irmão. Ele também acordou e ficámos ali a despertar e a trocar mimos. A Elisa percebeu pelos barulhos que o pai ainda estava em casa, foi dar-lhe os bons dias e pedir-lhe bolachinhas. Depois voltou e eu perguntei-lhe se lhe tinha desejado um feliz Dia do Pai. Não tinha e, por isso, foi lá dar-lhe um abraço e repetir tipo papagaia o que eu tinha dito.Voltou para a cama e entretanto o pai veio despedir-se de nós e saiu.
Reparei que o Damião estava molhado de xixi. Então, fui ao quarto deles buscar roupa para ambos, vesti-o e ajudei-a no que precisou.
Viemos para a sala e sentei-o no seu cantinho. Hoje, a Elisa optou por ficar a brincar com o irmão, enquanto eu preparava o nosso pequeno-almoço. Tem um livro com músicas de Mozart, que ia pondo a tocar, à medida que inventava histórias de acordo com as ilustrações de cada página.
Comemos o nosso iogurte com manga e cereais, enquanto o Damião, sentado na sua cadeira da papa, nos observava e mordiscava uma daquelas pegas de silicone em forma de luva. Descobri que gosta muito mais dela do que de qualquer mordedor!
A Elisa quis, como habitual, ver os seus desenhos animados. Hoje escolheu ver quatro episódios de "Festa das Palavras".
O Damião quis mamar e acabou por adormecer. Decidi levá-lo para o quarto, mas ele acordou quase de seguida. Fui ter com ele e quis morder o meu dedo. Então, percebi que já tem o segundo dente a romper. A Elisa apareceu entretanto e começou a mostrar a sua dentadura. Decidimos contar os seus dentes: 20!
De novo na sala, sugeri-lhe que fizesse um desenho numa folha para embrulharmos a prenda do pai. Achei interessante observá-la a contar os lápis de cera. Agora conta tudo e mais alguma coisa e já o faz com correção até ao 10. 
Fiquei a brincar com o Damião, mas ele estava rabugento porque tinha dormido pouco. A Elisa acabou o desenho e quis brincar comigo ao faz-de-conta. Ainda fomos sereias por um bocadinho, mas cansei-me e perguntei-lhe se gostaria que lhe lesse algum livro. Foi buscar um da lebre e da tartaruga e sentámo-nos os três no sofá.
Depois, decidi embalar o Damião no carrinho, porque ele continuava a mostrar sinais de sono. Em simultâneo, fui pondo a loiça do pequeno-almoço numa máquina e roupa a lavar na outra.A Elisa andava só atrás de nós, até que disse que estava aflita para fazer xixi e correu para a casa de banho. Como demorava a regressar, fui ver o que se passava. Estava no quarto a mudar de cuecas, pois diz que ficaram um bocadinho molhadas. O que vale é que é independente! 
Quando o Damião adormeceu finalmente, eu e ela fomos ver como tinham ficado, após secar, as molduras que fizemos para os nossos pais. Já as fizemos na semana passada, mas guardámo-las para que fossem surpresa. Tinham ambas uns pauzinhos descolados e estive a pôr cola nesses locais. Não pudemos, portanto, pôr as fotografias nem embrulhá-las, tarefa que ficou para a tarde.
De seguida, aspirei a sala e a cozinha. A Elisa foi buscar a bicicleta e começou a andar pela casa, insistindo em passar sempre no sítio onde eu estava com o aspirador. Estive com as palavras na ponta da língua, para lhe chamar à atenção de como me estava a incomodar, mas depois percebi que a piada de andar bicicleta era exatamente a de me ter como obstáculo. Sorri para mim mesma e continuei a desviar-me a cada uma das suas passagens.
Quando terminei a minha tarefa, perguntei-lhe se queria jogar comigo a alguma coisa. Escolheu o jogo de cartas das bruxas (do qual hei de falar noutro texto). Comecei a achar estranho encontrar tantas cartas iguais de seguida, até que ela me explicou que tinha estado a organizar o baralho dessa forma propositadamente. Ri-me e disse-lhe que a ideia nos jogos de cartas é exatamente a contrária. Ganhou esse jogo e ainda fizemos outro (com as cartas bem baralhadas!) a seguir.
Depois falei ao telefone com a minha amiga Sara. Como o Quico fez anos ontem e hoje fez a festa na creche, convidou-nos para irmos lá cantar os parabéns.
Dado que queríamos despachar-nos cedo, achei melhor ir tratar do almoço. A Elisa quis ajudar-me a pôr as conchas de sopa nas tigelas e a carregar no botão do microondas. Para o segundo prato, fiz salada e aqueci restos que tinha no frigorífico (normalmente é assim que faço ao almoço).
Achei que o Damião já estava a dormir há algum tempo e resolvi ir espreitá-lo pé ante pé... Disparate o meu! Acordou passados uns segundos! Trouxe-o para junto de nós e, assim que acabei de comer, aqueci também a sua sopa e dei-lha. A Elisa quis comer tangerinas da nossa árvore como sobremesa.
Depois, pedi-lhe que fosse lavar os dentes e fazer xixi, que eu já ia ter com ela ao meu quarto.
Com ela já aconchegada na minha cama, contei-lhe a história do Gato das Botas. Foi a primeira vez, pelo que ainda tenho de melhorar alguns pormenores, mas ela disse que gostou. Dei-lhe um beijo e vim com o irmão para a sala.
Ele ficou entretido com os seus brinquedos bastante tempo e eu aproveitei para começar a escrever o diário e tratar de alguns assuntos meus. Quando percebi que ele estava cansado, peguei-o ao colo, dei-lhe maminha e ele deixou-se dormir assim. Ficámos assim até a Elisa acordar e aí coloquei-o no carrinho e começámos a despachar-nos para ir ter com os nossos amigos.
Por sorte, apesar de ter amanhecido a chover, nesse momento estava muito sol!
A viagem até à creche ainda demorou uns 20 minutos de carro. A Elisa pediu-me que cantasse algumas canções, hábito este já antigo quando viajamos... Cantámos Linda Falua, Era Uma Vez um Cavalo, As Pombinhas da Catrina, entre outras.
Ao chegarmos, esperei pela minha amiga e entrámos juntas. A Elisa foi ter com os meninos e eu fiquei com o Damião a ajudar a Sara a fazer os saquinhos com doces para os colegas do filho. Depois fomos também para o refeitório, cantar os parabéns e comer o bolo. O Quico parecia muito feliz e satisfeito com os dinossauros do seu bolo!
Ainda fomos ao parque e um pouco a casa deles. A Elisa e o Quico ficaram na sala a brincar e a ver desenhos animados, enquanto eu e a Sara ficámos na cozinha a pôr a conversa em dia.
Regressámos a casa, mas demorámos mais do que me apetecia, por causa do trânsito. O Damião adormeceu e a Elisa só dizia que não queria ir para casa. Anda numa fase em que nunca se quer vir embora... Então, viemos numa longa conversa, onde mais uma vez lhe expliquei que era normal que ela não quisesse que um momento que está a ser bom terminasse, mas que todos os acontecimentos têm um princípio e um fim, que o que podemos fazer é repeti-los na maioria dos casos. E que provavelmente iríamos estar com o Quico outra vez brevemente! Só sossegou quando a lembrei de que, ao chegar a casa, poderia embrulhar a prenda do pai. Aí rematou com "Acho que é uma boa ideia!" (parecia que me estava a ouvir!) e acabou a conversa.
Depois de ter o embrulho feito, pedi-lhe que fosse brincar com as suas coisas e deixasse o irmão sossegado a brincar com as dele, enquanto eu arrumava a cozinha e punha a roupa na máquina de secar. Parecia que lhe tinha dito exatamente o contrário pois, numa histeria enorme, começou a correr em direção a ele e para o lado contrário vezes sem conta, espalhou os brinquedos todos no chão à volta dele, e começou a aproximar e a afastar umas peças de borracha da cara dele, a tal ponto que ele começou a chorar. Estava a sentir um crescendo de irritação em mim e, nesse instante, explodi e zanguei-me com ela. Mandei-a arrumar todos os brinquedos e ir brincar com as suas coisas. Devia estar mesmo zangada, porque ela nem argumentou, arrumou tudo e foi fazer um desenho.
Quando o pai chegou, ela deu-lhe a prenda toda orgulhosa.
Jantámos e fui deitar o Damião. Ela ficou a brincar com o pai na sala. Quando voltei, li-lhe um pouco de um livro de princesas, jogámos ao tal jogo de cartas com o pai e ainda fomos ao canal de YouTube, que referi ontem, ler alguns livros em inglês.
O Damião choramingou e fui ter com ele ao quarto. O pai foi deitar a Elisa.
Vim arrumar a cozinha e acabar o diário. Vou deitar-me de seguida...

segunda-feira, 19 de março de 2018

Diário de uma Mãe a Tempo Inteiro - Dia 1

Nos últimos dias, tenho seguido curiosa e entusiasticamente alguns diários de famílias que praticam Ensino Doméstico, num grupo do Facebook de que faço parte. Tenho refletido e saído enriquecida destas leituras, ainda mais consciente do que quero construir com a minha família...
Então, fiquei cheia de vontade de registar e partilhar também com o mundo como é o dia-a-dia cá em casa! Vou fazê-lo ao longo de uma semana.
Estou quase há um ano como mãe a tempo inteiro e (infelizmente) falta pouco mais de um mês para que regresse ao trabalho. Estes tempos têm sido verdadeiramente maravilhosos, no que toca à ligação afetiva com os meus filhos, presença e envolvimento total no seu desenvolvimento, e meu crescimento enquanto pessoa.
Penso que vou adorar reler estas memórias daqui a uns anos! E talvez assim consiga explicar, aos que frequentemente me perguntam como consigo estar com duas crianças em casa todos os dias, o quão encantador isso é!
Nas publicações anteriores do blogue, tenho optado por não referir o nome dos meus filhos, mas neste tipo de relato tal tornar-se-á difícil. Então decidi optar por pseudónimos. Ela será a Elisa e ele o Damião.

DIA 1 - DOMINGO




O Damião foi o primeiro a acordar. Ultimamente tem sido assim. Puxei-o para a minha cama, dei-lhe maminha e ficámos nos mimos, mas como não parava de emitir sons, cheio de energia para o novo dia, a mana acabou por acordar também. Ao fim de um bocado, saímos os três da cama e deixámos o pai a dormir mais um tempo.
Sentei o Damião no cantinho da sala com chão de borracha, onde brinca habitualmente, e a Elisa aproximou-se com uns livros que trouxe do seu quarto. Um deles era de animais selvagens e ela foi perguntando onde vivia cada um deles.
De seguida, vim para a cozinha preparar o meu pequeno almoço e da Elisa. Gostamos de comer fruta com iogurte e cereais e hoje não foi exceção. A Elisa queria ajudar-me, pois é frequente ajudar-me a cortar a fruta em pedaços, mas a cozinha estava uma enorme desarrumação, já que ontem jantámos muito tarde e tanto eu como o pai não tivemos vontade de arrumar nada. Então, disse-lhe que não e expliquei porquê. Começou a argumentar a seu favor e pensei que, tal como tem acontecido nos últimos dias, íamos entrar numa discussão em que não aceita o que lhe digo, faz apenas o que lhe apetece, acabo por me zangar ou então ela começa a chorar. Mas não, continuou apenas a argumentar, dizendo que "é tão injusto" e que estava triste. Eu continuei a responder-lhe, dizendo que compreendia que se sentisse assim porque gosta muito de me ajudar, mas que ela também tinha de compreender que eu só podia deixá-la se as condições estivessem reunidas para tal, que injusto seria se eu nunca a deixasse colaborar comigo independentemente do estado em que estava a cozinha. E embora contrariada e cabisbaixa, aceitou a minha decisão e foi brincar com o mano. Senti-me feliz por ver aqui uma evolução no seu comportamento.
Durante a refeição, o Damião ficou a brincar sozinho no tapete e eu ia espreitando de vez em quando. É muito bom ver como explora autonomamente os brinquedos durante períodos de tempo consideráveis.
Depois, a Elisa pediu-me para ver desenhos animados. Temos esta regra de que vê desenhos animados uma vez por dia e ela normalmente opta por fazê-lo logo de manhã. Quis ver a Branca de Neve e encontrei uns desenhos dos anos 80 com vários contos tradicionais. Viu um episódio, mas como a história ficou a meio, combinei que veria o resto à tarde.
O Damião entretanto estava impaciente e choroso, penso que por causa de um dente que deve estar quase a romper. Não estava bem no colo, nem a brincar, mas também não queria dormir.
O pai levantou-se entretanto e depois de cuidar de si e do cão, começou a arrumar a cozinha.
A Elisa sentou-se na sua mesinha, de volta dos trabalhos manuais. Desde que fizemos o dinossauro com rolos de papel higiénico, tem feito várias colagens com outros rolos, pedaços de papel e cartões. Pinta com canetas, com lápis e diz que está a fazer as coisas para a festa.
Quando reparei, estava com as mãos todas riscadas de caneta e marcadores. Há dois ou três dias atrás, fez a mesma coisa. Achei graça, pois foi fazê-lo escondida debaixo da mesa, o que significa que tinha alguma noção de que não era uma ideia muito boa, mas não dei muita importância ao que se passara. Apenas lhe disse que lhe ia ser certamente difícil lavar as mãos e, quando foi lavá-las, acabei por a ajudar pois não conseguia sozinha. Fiquei surpreendida por hoje repetir a experiência. "Para quê?", perguntei. "Para ficar com as mãos mais bonitas.", explicou-me. Na verdade, gostos não se discutem e seu eu própria tenho tatuagens porque é que ela não pode usar uns gatafunhos nas mãos?! Fui ajudá-la a lavar novamente as mãos, estive a mostrar-lhe que temos poros para a pele respirar e que cobrir as mãos com tinta podia ser prejudicial e causar-lhe até algum tipo de reação alérgica... Vamos lá a ver se a minha explicação foi suficientemente dissuasiva...
De seguida, dei maminha ao Damião e ele acabou por adormecer. A Elisa veio sentar-se junto a mim e ficámos os três abraçados por um bocado. Depois, fui deitar o Damião na sua cama e regressei à sala, começando a dobrar roupa. Devo já avisar que esta é uma tarefa que me ocupa muito tempo cá em casa... Nem imagino como seria se a passasse a ferro!
A Elisa apareceu ao pé de mim com um pauzinho de madeira que tem atadas duas fitas compridas de tecido, e ficou a rodopiar durante um tempo incansável, a cantar, a cantar... Ia inventando canções que falavam de coisas da sua vida, como da amiga que esteve muito tempo sem ver mas que agora está presente novamente, ou de como deve fazer o que os pais dizem, ou de como fica com calor por andar à roda... Admito que já estava a ficar cansada de a ouvir e que me incomoda um pouco esta mania que tem de andar à roda, mas ao mesmo tempo estava a achar tão interessante aquela análise que ela estava a fazer de si própria, quase como se em transe, que fiquei apenas a observar (e a dobrar roupa!).
O Damião acordou entretanto e ficaram ambos com o pai, enquanto eu me sentei no sofá, aproveitando para fazer alguma divulgação do blogue. A Elisa mascarou o pai de fada e a si própria de princesa. De repente, dei por mim já no meio da brincadeira, sendo a mãe da princesa e tentando defendê-la dos poderes da fada.
Já estava a ficar com fome e fui para a cozinha, tratar da papa do Damião, aquecer sopa e fazer uns rissóis com arroz e espinafres para nós. A Elisa ajudou dando a papa ao mano e eu continuei de volta da comida. Quando ela se cansou, terminei eu a tarefa de dar a papa e depois sentámo-nos todos à mesa para comer.
A seguir ao almoço, fomos os quatro para a nossa cama, o pai numa ponta, a mãe noutra, e o Damião e a Elisa no meio. Trocamos mimos e eles foram acalmando. Ainda passei pelas brasas uns minutos, mas quando eu e o pai nos apercebemos de que eles estavam mesmo a dormir, saímos do quarto pé ante pé.
Aproveitei para começar a escrever o diário e o pai esteve a ver uma corrida de motas na televisão. Não passou nem meia hora até que o Damião acordasse, mas a Elisa voltou a adormecer e ficou a dormir durante bastante mais tempo. Eu e o pai fomos dividindo a atenção entre o bebé e algumas tarefas domésticas. Também estivemos os três na brincadeira e nos carinhos no sofá!
Quando a Elisa acordou, tínhamos colocado o irmão no carrinho e eu embalava-o na tentativa que adormecesse. Falámos acerca do que haveríamos de fazer em família e ela sugeriu que fizéssemos um vitral da família. Para contextualizar, há um episódio da Princesa Sofia, em que o rei oferece um vitral com a imagem da família à rainha, e eu creio que a sua ideia veio daí. Expliquei-lhe que não tinha em casa tintas próprias para pintar vidros, mas que poderíamos deixar esse projeto para outra altura e limitar-nos a pintar com aguarelas. Achou a ideia fantástica e preparou tudo no chão da sala - trouxe folhas, as aguarelas, três pincéis e até encheu um tacho de brincar com água, mas esse eu pedi-lhe para trocamos por um copo que me pareceu ter menos probabilidades de verter para o chão.
Já quase me esquecia que uns instantes antes do almoço, a Elisa se lembrou de encher esse mesmo tacho com água do biberão do mano e entornou imensa água no chão da sala. Não vi, porque andava ocupada, mas o pai zangou-se com ela. À mesa, falámos sobre isso e afinal ela "apenas" queria encher uns copinhos de borracha de um brinquedo do Damião "com chá para a festa".
O pai entretanto teve a ideia de fazer gambas no forno para o jantar. Andou a pesquisar receitas e depois saiu para comprar os ingredientes em falta.
Ambas sentimos fome e lanchámos.
Depois, ela quis ir brincar para o quintal. Vestiu uma camisola e calçou as galochas e saiu. Ficou muito tempo sozinha, a andar de baloiço, a cantarolar e a falar coisas que eu não conseguia ouvir, no seu mundo pessoal. Estava sol e parecia estar agradável na rua, mas eu aproveitei para dobrar mais alguma roupa e conversar um pouco com o pai, que entretanto regressara e estava a tratar da marinada. Dei também uma arrumação geral à casa...
A Elisa chateou o irmão, fez um puzzle de madeira e andou de bicicleta pela casa.
Mais tarde, vieram os avós paternos. A avó ficou a dar atenção ao Damião e o avô sentou-se com a neta a ver a segunda parte dos desenhos animados da Branca de Neve. No fim, jogaram todos a um jogo de cartas. Eu e o pai aproveitámos para começar a tratar das refeições. Fiz sopa para o Damião e, enquanto o pai lha dava, fui adiantando lulas para amanhã.
Optámos por dar banho aos miúdos antes do nosso jantar e os avós aproveitaram o momento para se despedir. Quando estava a secar o Damião, ele fez cocó na toalha (nunca tal tinha acontecido!)... Ainda estava a tentar perceber o que fazer, e começou a fazer xixi. Decididamente, voltou para a banheira!
Adormeceu facilmente a seguir.
Eu, a Elisa e o pai jantámos então.
Antes de ir dormir, a Elisa pediu-me para lhe mostrar no tablet alguns livros. Descobri há uns dias, um canal de YouTube que tem muitos livros infantis em inglês. Ela vai escutando as histórias e a minha tradução. Gostamos muito de "Because of an Acorn" e de "Bear and Hare - Where's Bear?", mas ainda só conhecemos alguns dos livros...
Normalmente é o pai que a deita, mas ela pediu-me para ser eu e assim foi. Tapei-a com o edredão, dei-lhe um beijinho e relembrei-a do quanto gosto dela. Fiquei no sofá do seu quarto à espera que adormecesse e depois vim para a sala terminar o diário. Até nos deitarmos, eu e o pai aproveitaremos este tempo para nós. Ele está a ver um documentário na televisão. Eu sou capaz de ir ler um pouco ou escrever...
Ups! O Damião está a chorar, está na hora da maminha!...

sexta-feira, 16 de março de 2018

Este momento 12


{este momento} - Um ritual de sexta-feira. Uma simples foto, sem palavras, capturando um momento da semana. Um momento simples, especial e extraordinário. Um momento que eu quero parar, saborear e recordar.
Ideia original de Soule Mama, embora a minha fonte de inspiração tenham sido dois blogues que sigo já há alguns anos: A Horta Encantada e Colher de Mãe .

quarta-feira, 14 de março de 2018

Matemática aos 3 anos? Porque não?

Cá em casa, a nossa filha de 3 anos vai aprendendo conteúdos de Matemática sem se dar conta.

Decidi escrever este texto, pois sendo professora de 1º ciclo, estou certamente mais desperta para uma quantidade de situações do dia-a-dia em que nós, pais, podemos abordar a Matemática de uma forma divertida e natural. Se converso com ela acerca das mudanças que vão surgindo com as diferentes estações do ano, nomeio os diferentes ingredientes usados na refeição quando me pergunta "o que é hoje a papinha?", ou faço questão de referir os nomes das cores quando escolhemos a roupa ou pintamos com lápis, porque não havemos de falar de números, de conceitos geométricos e até resolver problemas?
Temos um ou outro livro que incita a que façamos contagens.
Também contamos os dedos das mãos e dos pés, quando em jeito de brincadeira lhe perguntamos: "Quantos dedos tens hoje? Parece-me que já não tens todos os que tinhas ontem!".
Contamos as cenouras que pomos no saco no minimercado.
Contamos as moedas que o avô lhe dá para pôr no mealheiro.
Contamos as bolachas e as passas que tiramos do pacote.
Contamos o número de casas a avançar nos jogos de tabuleiro.
Contamos os passarinhos que estão pousados na árvore do nosso quintal.

No outro dia, fui surpreendida por ela, pois, ao entrarmos em casa, reconheceu os algarismos do número da nossa porta. Nunca fiz nenhuma atividade específica de reconhecimento de números, nem tentei "ensiná-los" de forma nenhuma, mas, pelo simples contacto com os livros onde eles aparecem, ela associou os símbolos e identificou-os.

Contudo, ensino-lhe lengalengas, que a vão ajudando a desenvolver o conceito de número e que, mais tarde, lhe serão úteis na capacidade de realizar cálculos mentais.
É o caso da seguinte, que é feita com mímica, e que termina sempre com uma enorme gargalhada. Adivinhem porquê!
"Um mais um igual a dois,
Nesta quinta havia bois.
Dois mais dois igual a quatro,
E também havia um pato.
Três mais três igual a seis,
Os seus donos eram reis,
Quatro mais quatro igual a oito,
Que gostavam de biscoito.
Cinco mais cinco igual a dez,
E cheiravam mal dos pés!"
Há um livro fantástico da Manuela Castro Neves (professora maravilhosa em cuja sala tive a felicidade de estagiar!), que ensina muitas lengalengas deste género: Tantos animais e outras lengalengas de contar.

 
Quando saímos o portão de casa, de acordo com o local onde deixei o carro estacionado, digo-lhe sempre "agora viras à esquerda" ou "agora viras à direita" e surpreendentemente já sabe identificá-las em diferentes situações, nomeadamente no reconhecimento das mãos e dos pés.
Já sabe algumas formas geométricas, devido a um jogo que jogamos habitualmente.
E gosto de chamar as coisas pelos nomes. Se uns calções não são umas calças e uma tangerina não é uma laranja, porque é que um círculo há de ser uma bola? Se ela me questiona em relação à forma das moedas ou dos sinais de trânsito, como já aconteceu, digo-lhe que são círculos. Quando brincamos com um jogo de madeira que tem cilindros de diferentes cores, faço questão de lhes chamar cilindros. Quando me refiro a um brinquedo do mano em forma de prisma triangular, chamo-lhe prisma.
Já alguma vez questionaram porque é que as crianças no 1º ciclo (e até mesmo os adultos!) identificam mais facilmente o cubo do que os outros sólidos geométricos? Eu acredito que é pelo facto de toda a vida terem ouvido os cubos serem chamados de cubos! "Já arrumaste os teus cubos?" e "Gostas desse puzzle de cubos?" são só dois exemplos de frases que ouvem com frequência.
Não exerço qualquer tipo de pressão para que a minha filha use estas palavras, apenas as uso eu própria, em contexto, para que ela se familiarize com elas.

E quanto aos problemas matemáticos? É aproveitar as situações do dia a dia, não dar respostas imediatas e pôr as crianças a pensar.
No outro dia, dei-lhe um iogurte ao lanche e ela perguntou-me quantos estavam no frigorífico. Em vez de lhe responder logo, criei uma situação problemática. Agarrei em seis pares meias que estavam enrolados mas ainda por arrumar, e disse-lhe para imaginarmos que eram os seis iogurtes que tínhamos comprado na véspera. Depois pedi-lhe que tirasse aquele que estava a comer e que contasse os restantes. "Um... dois... três... quatro,.. cinco!", contou devagarinho. "Então quantos iogurtes estão no frigorífico?", perguntei eu. "CINCO!"


Quando jogamos aos pares, no final, temos de contar quantos conjuntos cada uma tem para saber quem ganhou. Então, aproveito sempre para fazer a correspondência entre os meus e os dela. Os que sobram são os que estão a mais e que dão a vitória a uma de nós. Ontem, foi ela que tomou a iniciativa de fazer isso e a brincar, a brincar, vai ganhando a consciência da correspondência entre elementos de dois grupos.

'Bora lá pôr as nossas crianças a brincar com a Matemática! É divertido! E vai ajudá-las aquando da entrada para a escola...

quinta-feira, 8 de março de 2018

Quarto familiar!

Cá em casa, temos um quarto familiar!
O que é isso?
É isso mesmo! Um quarto onde dorme toda a família!


A nossa filha dormiu no nosso quarto todas as noites até aos vinte e dois meses. Inicialmente num berço de grades que me emprestaram (se soubesse o que sei hoje teria investido logo num berço co-sleeping) e a partir dos 5 ou 6 meses na cama de grades, encostada à nossa cama (sem uma das grades), o que facilitou muito mais a amamentação, o contacto com ela e a troca de mimos.
Depois, o avô fez-lhe uma cama aos estilo Montessori, rente ao chão, que lhe permitia entrar e sair autonomamente, e começámos a adormecê-la no seu quarto.
Continuou, durante muito tempo, a acordar a meio da noite, algumas vezes com pesadelos... Às vezes, parecia que não chegava a despertar de tão embrenhada que estava naquele terror... Provavelmente, os tão falados "terrores noturnos"... Nessas alturas, optávamos por trazê-la para o nosso quarto, de onde a sua cama de grades nunca foi retirada, ou ela própria revelava essa vontade. A determinada altura, acordava sem choros começou até a mudar-se sozinha, sem termos de nos levantar (ótimo!)...
Com quase dois anos e meio, finalmente, começaram a ser raras as noites em que acordava e pensei que se tinha tornado independente no sono, que já não precisava mais da nossa presença para se sentir segura.
Só que, entretanto mudámos para uma casa nova, o seu quarto ainda não estava concluído, e ela teve de adormecer (e dormir) novamente no nosso quarto.
Quinze dias depois, nasceu o irmão, que passou a dormir num berço co-sleeping no nosso quarto.
Conseguimos voltar a adormecê-la no seu quarto, mas quem é que a convence, quando acorda a meio da noite (ou às vezes quando eu e o pai nos deitamos) a não vir para o nosso? Afinal, estamos lá todos e ela não quer sentir-se excluída! Podemos criticá-la? Acho que não!
Com sete meses, o mano começa a ficar apertado no seu berço e a minha única preocupação é: "Como é que eu vou pôr outra cama de grades naquele quarto? Não temos espaço!!"
Alguma solução se há de arranjar... Surgirá do improviso, como todas até agora.
A verdade é que nunca tinha imaginado um quarto assim, mas por agora é o que melhor serve a nossa família!
Consigo amamentar facilmente o nosso filho, sem quase despertar e sem que o pai desperte a maior parte das vezes... A nossa filha sente-se segura porque não lhe foi retirado o seu espaço em prol do irmão...
E certamente não vão ficar a dormir connosco a vida toda! Aliás, ela já fala no beliche que o avô fará e de como não precisará mais de vir para o nosso quarto quando o irmão dormir com ela no seu quarto, pois já não se sentirá sozinha.
Vai haver uma altura em que provavelmente sentiremos até saudades da sua presença... Por isso, se isso lhes faz falta agora (e a mim!, ou acham que eu queria levantar-me a meio da noite para ir, cheia de frio, dar mama ao meu filho no outro quarto?), porquê complicar?
Como em tudo na vida, temos de seguir o nosso coração!
E adaptar-nos...

domingo, 4 de março de 2018

Papas caseiras - Parte 5

Cá em casa, voltámos à confeção de papas caseiras.
O nosso filhote está com sete meses e há um mês retomámos esta rotina. A mana, que tinha deixado de comer papas nem sei bem porquê (acho que porque nunca fui muito fã deste alimento e, sem pensar muito nisso, deixei de o cozinhar...), quer sempre comer um bocado e adora!!! Só que (que engraçado!) não se lembra que há pouquíssimo tempo atrás também as comia!

Partilho então a receita de algumas papas feitas por aqui... Cada receita dá duas doses de papa.

Papa de dióspiro e maçã


  • 4 colheres de sopa de farinha de trigo integral
  • 1 colher de sopa de farinha de alfarroba
  • 1 maçã
  • 1/2 dióspiro
  • 200 g de água
Cozinhar todos os ingredientes 8 min / 90 ° / vel colher inversa.
Triturar 30 seg / vel 3, 5, 7.

Papa de ameixa e maçã bravo esmolfe



  • 4 colheres de sopa de farinha de arroz
  • 1 colher de sopa de farinha de milho
  • 1 ameixa
  • 1 maçã bravo esmolfe
  • 200 g de água
Cozinhar todos os ingredientes 8 min / 90 ° / vel colher inversa.
Triturar 30 seg / vel 3, 5, 7.

Papa de maçã e pera


4 colheres de sopa de farinha de centeio integral
  • 1 colher de sopa de farinha de alfarroba
  • 1 maçã
  • 1 pera
  • 200 g de água
Cozinhar todos os ingredientes 8 min / 90 ° / vel colher inversa.
Triturar 30 seg / vel 3, 5, 7.


sexta-feira, 2 de março de 2018

Este momento 11



{este momento} - Um ritual de sexta-feira. Uma simples foto, sem palavras, capturando um momento da semana. Um momento simples, especial e extraordinário. Um momento que eu quero parar, saborear e recordar.
Ideia original de Soule Mama, embora a minha fonte de inspiração tenham sido dois blogues que sigo já há alguns anos: A Horta Encantada e Colher de Mãe .
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