quarta-feira, 24 de junho de 2015

Livros que recomendo para pais e educadores - Parte 2

Cá em casa, está a aproximar-se o momento em que a bebé deixará de mamar exclusivamente e, naturalmente, tenho procurado informação sobre a introdução dos alimentos sólidos.

A leitura deste livro foi um resultado desta minha busca.
Também desta vez, vou centrar a minha abordagem nos aspetos que foram mais significativos para mim e que ficaram gravados na minha mente, ou seja, nas minhas aprendizagens.

Mi Niño No Me Come, de Carlos González (versão em espanhol)
 
Mais uma vez, o pediatra simplifica o que temos tendência a complicar! Se as crianças não comem mais é porque não precisam... Não há que obrigá-las! E não é por isso que deixam de crescer! O crescimento depende das suas características genéticas e não da quantidade de comida ingerida... Gostei particularmente desta sua afirmação: "Na realidade, não crescemos por termos comido, mas sim comemos porque estamos a crescer".
Achei interessante a sua explicação relativamente à recusa das crianças em comer legumes. Segundo ele, essa recusa não está relacionada com o sabor dos mesmos, mas sim com o facto de ser um alimento pouco calórico. As crianças precisam de alimentos concentrados, ou seja, que tenham muitas calorias em pequenas quantidades, como acontece com o leite materno. A quantidade de verduras que o adulto acha que a criança deve ingerir (pois tem a ideia de que é um alimento saudável, importante na sua dieta) é superior à que ela consegue, pois o seu estômago é bem mais pequeno! Se frequentemente se insiste para que coma mais, é natural que ganhe aversão.
Por volta do primeiro ano de idade, é comum as crianças terem uma perda de apetite ou, pelo menos, não se verificar um aumento da quantidade de comida ingerida até então, contrariamente às expectativas dos pais. Isto acontece pois deixam de crescer ao ritmo avassalador com que estavam a crescer até aí.
O autor também refere que, como qualquer animal, o ser humano não só sabe a quantidade, como o tipo de alimentos de que necessita. Assim, se disponibilizarmos alimentos variados e de qualidade, e dermos liberdade à criança, ela escolherá aqueles de que o seu organismo necessita (podendo haver dias em que se foca num só tipo, mas acabando por variar com o passar do tempo). No fundo, estará só a dar continuidade ao que já fazia quando apenas mamava (em livre demanda, entenda-se!).
E já que falo em amamentação, aproveito para referir que lhe é dada bastante atenção neste livro. Creio que, se o tivessem lido, muitas amigas e mulheres que conheço teriam vivido esta etapa da sua vida com mais tranquilidade e teriam dado de mamar por mais tempo.
González desmistifica ainda a necessidade de respeitar sempre os mesmos horários para as refeições, bem como a permanência no mesmo espaço para as fazer, ou o "problema" de se deixar as crianças petiscarem entre elas...
Também defende que a criança é capaz de comer sozinha, desde que começa a fazê-lo, e que é a falta de autonomia, que na maior parte dos casos lhe é dada, a responsável por, a determinada altura, se desinteressar...
Também neste livro, aponta as condições ideais para o bebé iniciar a alimentação complementar (o leite materno deverá continuar a ser o alimento principal até pelo menos um ano de idade). São elas: conseguir sentar-se sem apoio, ter perdido o reflexo de extrusão (defesa que consiste em expulsar com a língua qualquer objeto estranho), mostrar interesse pela comida dos adultos e ser capaz de mostrar por gestos se tem fome ou está saciado.

Analisando cada uma delas, verifico que... a minha bebé já está pronta! Agora é aguardar que faça seis meses, para começar uma nova aventura: a das texturas, cores e sabores!


4 comentários:

  1. Adoro ler o gonzález :)
    Este livro dele n conhecia thanks

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    1. É pena não estar traduzido para Português... Mas mesmo assim lê-se bem! :)

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  2. Uma ótima indicação, queria ter lido antes. Sofri muito na IA da minha filha.
    Beijos
    www.maedeumaalice.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Também não tem sido fácil com a minha filhota... Embora agora (quase 8 meses) comece a mostrar mais interesse e gosto por comer. De facto, ainda bem que li este livro. Tenho a certeza que me tem ajudado em todo este processo...
      :)

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