quinta-feira, 22 de março de 2018

Diário de uma Mãe a Tempo Inteiro - Dia 5

DIA 5 - QUINTA-FEIRA

Mais uma vez, acordámos ainda com o pai em casa, ou seja, cedo. Ficámos naquele despertar vagaroso, levantámo-nos e vestimo-nos. O Damião estava outra vez molhado. Tem mamado tanto durante a noite, que não há fralda que aguente!
A Elisa quis novamente ir logo para a rua. Esteve a brincar com o cão às corridas e andou de baloiço.
Depois de comermos o habitual pequeno-almoço, composto por fruta, iogurte natural e cereais, eu fiquei a fazer algumas tarefas domésticas. O Damião esteve a explorar os seus brinquedos, com a mana à sua volta a brincar ao faz-de-conta, recriando uns desenhos animados da Barbie e de uma sereia. A seguir, quis desenhar e fez outra árvore, desta vez acompanhada de um sol, um rio e um barco.
Depois, pediu-me para ver a Elena de Avalor na televisão, mas eu queria adormecer o mano. Então sugeri-lhe que pintássemos uns desenhos de um livro de colorir que tem, enquanto eu o embalava no carrinho e lhe cantava canções. Concordou.
Terminada essa atividade, pus-lhe os desenhos que me pediu e aproveitei que o Damião dormia para continuar nas minhas tarefas, que envolviam, claro está, dobrar roupa! Fui interrompida, ao fim de pouco tempo, pois atualmente ele faz sonos muito curtos, pelo que estas tarefas foram sendo feitas em curtos espaços de tempo ao longo do dia.
Brinquei com ele e trocámos mimos.
Depois lembrei-me que gostava de fazer uns hambúrgueres de lentilhas para o almoço e fui procurar uma receita. Segui as primeiras indicações e, enquanto as lentilhas ficaram a cozinhar, convidei a Elisa a irmos lá fora, semear as restantes flores e os tomateiros que comprámos. O Damião esteve no carrinho, mas esteve choroso. Então, vim para dentro, terminar o almoço e, com o barulho do exaustor e das minhas canções, ele adormeceu num instantinho. A Elisa ficou a brincar no quintal. Quando voltou, teve de mudar de roupa, pois estava molhada e cheia de terra. 
O Damião acordou quando íamos sentar-nos à mesa, pelo que fiz também a papa dele e dei-lha. A Elisa quis comer o que sobrou como sobremesa.
Depois, fiquei a arrumar a cozinha e pedi-lhe que fosse lavar os dentes, como habitualmente, para ir fazer a sesta de seguida. Só que, quando cheguei à casa de banho, o bidé estava cheio de água com espuma e ela estava a mergulhar a escova no bidé, algo tanto eu como o pai já lhe explicámos que não se faz. Voltei a explicar-lhe que aquela água estava suja, que não era o sítio ideal para pôr a escova que depois irá colocar dentro da boca. Disse-lhe que confiava no facto de que ela era capaz de lavar os dentes sozinha, mas que aquilo não o demonstrava. Acrescentei que havia outros momentos para brincar com água, como por exemplo quando o fez antes do almoço no quintal, mas que aquele momento era para uma tarefa específica: escovar os dentes. Em jeito de acabar com a conversa, disse-me: "Tenho as mangas molhadas! Ajuda-me a tirar a camisola...". E eu respondi-lhe que essa era uma consequência da sua escolha, que não ia dar-lhe outra roupa para vestir. Ainda fez aquele choramingar forçado, mas eu fui continuando a falar e ela acedeu. Veio deitar-se na cama, junto a mim e do mano, e eu fui lhe explicando todas as nossas escolhas têm consequências, e que estas, por sua vez, podem ser boas ou más. Quis exemplos. Muitos. Dei-lhe alguns, mas agora só me lembro deste: "Posso escolher ir para a rua sem casaco. Se estiver frio, sinto-me desconfortável (consequência má), se estiver calor, sinto-me bem (consequência boa)."
Não estava muito inspirada (tinha gasto toda a inspiração em consequências!), por isso em vez de contar uma história de memória, escolhi ler-lhe alguns contos de Grimm.
Vim com o Damião para a sala, brinquei algum tempo com ele e depois deixei-o entretido com os seus brinquedos e comecei a adiantar o diário.
O momento em que se chateou e quis mamar coincidiu com o momento em que a Elisa também acordou. Então, mais uma vez fiquei com os dois aninhados no meu colo. Ele adormeceu e eu fui deitá-lo na sua cama.
Fiquei com a Elisa a jogar às cartas das bruxas - o jogo do momento! Entretanto, ela lembrou-se que há muito tempo não fazia um puzzle que tem sobre a reprodução dos animais. Estivemos a fazê-lo e depois ajudei-a a separar os animais por classes: mamíferos, peixes, aves, répteis e insetos. Começou a dizer-me que a joaninha se ia transformar em borboleta e então aproveitei para lhe mostrar um livro com umas ilustrações lindíssimas que comprei há uns dias: A butterfly is patient. Traduzi-lhe algumas páginas e guardámos o resto para outro dia.
O Damião acordou, lanchámos e fomos preparar-nos para sair, pois hoje a Elisa tinha aula de ballet. Só que o Damião teve uma crise de choro. Não parava de chorar e eu não estava conseguir acalmá-lo. Mama não era, porque já tinha mamado e até estava a bolsar-se. Talvez fosse má disposição por ter mamado de mais... Eu segurava-o ao colo, tentava aconchegá-lo junto mim, ou distraí-lo, dar-lhe algum brinquedo, pôr-lhe a chucha... Nada estava a resultar! Cada vez chorava mais, muito enervado! E o Damião é um bebé calmo... Isto é algo que não costuma acontecer... Decidi levá-lo para o quintal e acabou por acalmar, mas assim que voltámos para dentro e tentei colocá-lo no ovo, pois íamos de carro, começou novamente a choradeira. Eu já estava nervosa também, apesar de não querer sentir-me assim... Quando saímos definitivamente de casa, acalmou. Fiquei sem ter a certeza do que era realmente, mas senti-me muito desgastada, após esse momento.
Antes da aula de ballet, a Elisa aproveitou para brincar com as amigas. Tentamos ir sempre com alguma antecedência, para ela ter oportunidade de estar com elas. Levou um livro com puzzles, mas não queria que a amiga os montasse com ela. Então, chamei-a ao pé de mim e disse-lhe que ela tinha o direito de não emprestar os seus brinquedos, mas que se tinha levado aquele livro de propósito para mostrar às amigas, não fazia muito sentido que não o partilhasse, que assim sendo mais valia tê-lo deixado em casa... A mãe dessa menina estendeu-lhe uma boneca da filha, ela agarrou-a e já não deu mais importância ao livro, tendo a menina ficado entretida com o mesmo. Estava resolvido o assunto!
Chegados a casa, já o pai cá estava. Foi a rotina do costume: tratar do jantar, banhos e cama da pequenada. Enquanto fiz o jantar, a Elisa ainda esteve ajudar-me a arrumar os talheres na gaveta... Ao jantar, o mano comeu a sopa toda e ainda repetiu. Ela comeu tudo com custo. Depois, a Elisa pediu-nos para tomarem banho juntos e estiveram felicíssimos a brincar na banheira! Eu adormeci o Damião, o pai adormeceu-a a ela. Agora, vim finalizar o diário e não deve faltar muito para também me ir deitar.

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