quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Despertares noturnos

Cá em casa, a nossa bebé acorda várias vezes durante a noite.
Lembro-me de, nas primeiras consultas de rotina da bebé, a enfermeira perguntar com que regularidade a minha bebé mamava e se, durante a noite, já fazia intervalos maiores... Respondi-lhe que sim, até porque a essa data isso era mesmo verdade! De noite, ela chegava a fazer intervalos de três ou quatro horas, mas de dia era comum mamar a cada duas horas, no máximo.
Na altura, apesar de dar de mamar em livre demanda, acreditava que era normal que, ao fim de pouco tempo, todos os bebés dormissem a noite inteira. Pensava que gradualmente ela iria pedir para mamar menos ao longo da noite, até dormir um sono completo, e que isso aconteceria nos primeiros meses de vida.
Efetivamente, é isso que a maior parte das pessoas espera. Essa é a ideia que está instaurada nas nossas mentes, porque é isso que nos tem sido transmitido...
No meu caso concreto, conta a minha mãe que sempre dormi muito, de dia e de noite. E que, mal cheguei a casa, após uma semana na maternidade (em que os bebés ficavam no berçário durante a noite e não junto das mães), já dormia cerca de sete horas seguidas!

Com a minha bebé isso ainda nunca aconteceu...
Perto dos três meses, chegou a fazer sonos de cinco horas, mas foram a exceção à regra. A seguir, começou a reduzir a duração dos mesmos e passaram a ser mais curtos do que eram ao fim do primeiro mês. Atualmente, com sete meses e meio, o mais comum é acordar a cada duas ou três horas. Mas já teve dias em que desperta ao fim de pouco mais de uma hora...
Estarei à beira de um ataque de nervos? Não...
Acredito agora que o "normal" é os bebés acordarem frequentemente ao longo da noite. Os que não o fazem não têm nada de "anormal", só não são a maioria, como tem sido preconizado.

Porque é que os bebés acordam?
Os motivos vão variando em função das diferentes etapas de desenvolvimento do bebé, uma vez que o sono é um processo evolutivo, que se vai alterando ao longo das nossas vidas. Contudo, fazendo uma abordagem mais geral, destacam-se a necessidade de segurança, de alimento e a adaptação às fases do sono.
Assim, um dos motivos para os seus despertares é a necessidade de saberem que quem cuida deles está por perto. Pensando na carga genética que carregamos, os sobreviventes da nossa espécie foram aqueles que conseguiram manter os seus progenitores por perto para os defender dos perigos.
Também acordam para mamar, estimulando deste modo a produção de leite, já que os níveis se prolactina (hormona responsável pela produção de leite) são mais elevados durante a noite.
Para além disso, os recém-nascidos têm apenas duas fases do sono. Acordam frequentemente na passagem de uma fase para a outra.  Entre os quatro e os sete meses, irão adquirir as cinco fases que caracterizam o sono de um adulto. Passam então por uma etapa de instabilidade, também com vários despertares. Isto explica o porquê de, a dada altura, a minha bebé ter começado a fazer novamente sonos mais curtos, como já referi.
Perguntam-me muitas vezes: "A bebé dá-vos boas noites?" E eu respondo que sim, porque é isso que sinto desde o início.
Deito-a por volta das oito e meia da noite e ela acorda definitivamente perto das nove da manhã. Durante a noite, acorda, mama e adormece. E eu acompanho o seu ritmo! Às vezes mal despertamos. Às vezes, adormeço quando ela ainda está a mamar!
O facto de ter colocado a cama dela, sem uma das grades, encostada à minha facilita muito esta dinâmica.

 

Na maior parte das noites, não me incomoda acordar algumas vezes, nem o sinto como um fator de cansaço. Digo "a maior parte", porque já existiram dias que em que acordei cansada e desejando poder dormir mais de doze horas seguidas! Mas não acontece isso com toda a gente, até mesmo com quem não tem filhos?

Se clicar nos links seguintes, terei um pequeno ganho sem nenhum custo adicional para si. Desde já, agradeço.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Baby-Led Weaning e Introdução Alimentar Tradicional - avanços e recuos

Cá em casa, não tem sido fácil a introdução de alimentos sólidos.

Quem acompanhou esta publicação, sabe que tínhamos decidido fazer esta iniciação seguindo o método Baby-Led Weaning, mas que fomos surpreendidos pela falta de interesse da nossa bebé em explorar os alimentos...

O que nos motivou a experimentar este método foi o facto de tanto eu como o pai (tal como grande parte das pessoas!) termos tido grandes lutas às refeições, quando éramos crianças. Lembro-me de ficar tempos sem fim em frente ao prato, no refeitório vazio da escola, enquanto os meus amigos brincavam no pátio. Contam-me que tirei o pio a um canário por bater na gaiola, enquanto a minha avó tentava distrair-me para que comesse um pouco mais. E hoje sou uma pessoa gulosa, que na maior parte das vezes come para além daquilo que precisa efetivamente. No que toca ao pai, não come muito, mas come com pouca qualidade e tem muita dificuldade em aceitar novos sabores.

No Baby-Led Weaning, a criança come sozinha. Assim sendo, habitua-se desde sempre a comer quando tem fome e parar quando está saciada, sendo menos provável que, mais tarde, venha a sofrer de distúrbios alimentares.
As lutas às refeições também deixam de existir, bem como a necessidade de entreter a criança com aviõezinhos ou com desenhos animados. Ninguém vai dar-lhe comida diretamente e muito menos obrigá-la a comer, por isso estas situações deixam de acontecer.
A criança aprende ainda a distinguir o sabor de cada um dos alimentos e desenvolve um paladar mais abrangente. Sabe também que se não gostar de algum alimento, não tem de o comer. Deste modo, mostra maior predisposição para provar novos alimentos ao longo da vida.


Mas as vantagens não ficariam por aqui.
Rapidamente o bebé passa a comer o mesmo que toda a família (sem ser necessário preparar refeições especiais para ele).
O facto de ser o bebé a conduzir a comida à sua boca ajuda ao desenvolvimento da coordenação motora olho-mão.
Como os alimentos não são triturados, também a capacidade de mastigação é desde cedo trabalhada, com repercussões positivas no desenvolvimento da fala.

A maior vantagem, contudo, seria a passagem de um tipo de alimentação para outro, de forma natural, sem traumas associados, mas sim com a alegria e o entusiasmo que caracterizam todos os processos de aprendizagem vividos pelo bebé.

Contudo, a nossa bebé mostrou ser uma bebé atípica! Embora seja muito atenta a tudo o que a rodeia, revele curiosidade e mostre interesse em explorar tudo aquilo com que contacta, os alimentos mostraram ser uma exceção. Depois de os colocar na boca uma primeira vez, a alegria desvanecia-se... Ao fim de alguns dias nisto, o entusiasmo esfumava-se de tal forma, que fazia de conta que nem estava a ver os alimentos em cima do tabuleiro!
Provavelmente não estava ainda preparada para iniciar a alimentação complementar... Mas só tínhamos até ao início de setembro para fazer esta transição (mesmo assim mais tempo do que a maioria dos casos), altura em que regresso ao trabalho.

Numa tentativa de perceber o que se adaptava melhor a ela, fomos alternando entre disponibilizar-lhe os alimentos, tentar dar-lhe sopa à colher e deixá-la explorar a sopa com a colher e com as mãos.

Se de início a banana até lhe suscitou um ligeiro interesse, ao fim de uns dias nem olhava para ela, quanto mais segurá-la! O mesmo aconteceu com a cenoura, na qual se recusa a pegar. Quanto aos brócolos e à couve-flor, por exemplo, desfá-los completamente com as mãos mas não chega a prová-los.
Se num dia ou outro até permitia que lhe colocássemos duas colherzinhas de sopa na boca, no dia seguinte começava a chorar ao fim da primeira tentativa e nós não insistíamos...
Se, nas primeiras vezes em que a deixámos brincar com a colher e com a tigela, ainda comia alguma sopa, passado pouco tempo, começou a atirar as colheres para o chão, mexendo na sopa com as mãos, mas nunca as levando à boca.


Quase um mês depois, estava a ficar verdadeiramente desanimada... Nada estava a resultar! E o que parecia que até tinha resultado ligeiramente num dia rapidamente deixava de ser eficaz!
Mantive sempre a calma exterior em todas as refeições falhadas, mas confesso que interiormente estava a começar a sentir-me desgastada e um pouco perdida.
Deveria obrigá-la a comer? Não acreditava que tal fosse a decisão acertada... Mas se ela também não pegava nos alimentos sozinha, que outras opções existiam?

Ao longo deste tempo e das referidas tentativas, acabei por utilizar à experiências um utensílio, que me foi oferecido por um amigo, quando a bebé nasceu. Chama-se ClevaFeed e é uma espécie de chucha, mas como uma tetina de silicone um pouco maior, perfurada e em cujo interior se colocam os alimentos. À medida que o bebé vai chupando, pedaços dos alimentos vão sendo libertados, passando por esses pequenos furos.


A primeira vez que o usei, disponibilizara um pedaço de pêssego à minha bebé e, assim que ela lhe tocara com os dedos, tinha o ignorado completamente. Então coloquei o mesmo pedaço no ClevaFeed e ela sugou-o com gosto.
Fiquei com a ideia de que, apesar de gostar do sabor, não gostava de sentir sua a textura. Mais tarde, ao vê-la desfazer outros pedaços pêssego com as mãos, percebi que afinal o que ela não queria era despender esforço a agarrar aquela coisa escorregadia!

Tenho feito esta experiência uma ou outra vez, para perceber se ela gosta dos alimentos (e para que ela também o descubra). Contudo, não quero que este instrumento esteja presente em todas as refeições, porque não é um objeto que nós adultos usemos, como a colher ou o garfo, e que ela tenha de aprender a manipular. Para além disso, no caso de alimentos mais fibrosos como é o pêssego, ela só consegue obter o sumo, pois a polpa fica no interior da tetina.

Em alternativa, quando vejo que se desinteressa dos alimentos porque tem dificuldade em segurá-los, agarro-os eu, ela coloca as mãos em volta e aproxima-os da boca a seu gosto.


Neste momento, passou mais de um mês e meio e ela vai petiscando, com as suas mãos, pêssego, melão, melancia, pera, ameixas, abrunhos...
Estava muito recetiva ao pão, mas fez uma reação alérgica e vamos ter de esperar pela consulta de alergologia para o poder voltar a comer.
Também revelou gostar de frango. Há dias, ficou cerca de um quarto de hora com um pedaço na boca! Tanta volta deu que conseguiu desfazê-lo e engoli-lo!

E, surpreendentemente, na semana passada, abriu pela primeira vez a boca com gosto para comer uma colherada de pera cozida! Depois disso, já o fez para comer maçã cozida, pêssego esmagado, papas... Enfim, tudo o que seja doce!


Neste momento faz-me sentido que também coma alguma sopa. Será a avó quem ficará com ela durante o dia, quando eu regressar ao trabalho, e sei que não está muito à vontade para a deixar comer os alimentos inteiros. Para além disso, sem que eu esteja presente para que possa mamar, acredito que a quantidade de alimentos ingerida em BLW não seja suficiente. E como apenas petisca frutas e carne, recusando os legumes inteiros, esta é a forma que encontro de os ir incluindo na sua alimentação.
Assim, tenho lhe dado sopa à colher alternada com fruta, ou misturando as duas na mesma colher. Faz umas caretas, mas vai engolindo... Não vai muito além das seis ou sete colheres (pequeninas!), mas já é um grande progresso!

Que aprendizagens retiro de tudo isto?
Que mais importante do que escolher um método de introdução alimentar, há que iniciar esse processo tranquilamente e ciente de que é possível que nem tudo corra bem à primeira. O mais provável é que seja um longo percurso, cheio de avanços e recuos.
Há que vivenciar os momentos de desinteresse ou recusa do bebé em relação aos novos alimentos de forma paciente, mas não deixando de insistir e acreditando que, mais cedo ou mais tarde, ele há de dar sinais de interesse e aceitação relativamente a algo.
Também acho que não há nada de errado em ir experimentando diferentes formas de dar comida ao bebé, mesmo que em algumas ele tenha um papel mais passivo, ou que difiram um pouco do modo como esse alimento é habitualmente consumido. Para além disso, comidas trituradas fazem tanto parte da nossa dieta alimentar como alimentos inteiros, pelo que não vejo necessidade de excluir totalmente sopas e papas deste processo.

Cá em casa, não estamos portanto a seguir de forma pura o Baby-Led Weaning, embora continuemos a acreditar nos seus benefícios. Em vez disso, estamos a ler os sinais que a nossa bebé nos vai dando diariamente e a articulá-los com aquilo que nós vamos sentindo.
Caramba! Apesar das evidências, nunca me tinha apercebido de que alimentar alguém está de facto  impregnado de uma grande carga sentimental... Não admira que as avós queiram sempre que comamos só mais um bocadinho!

 

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

De bebé às costas!

 
 
Cá em cá, tornámo-nos fãs da Ergobaby!

A Ergobaby, para quem não conhece, é uma mochila para transportar bebés. O modelo que adquiri dá para crianças dos 0 aos 36 meses, podendo estas ser transportadas de três maneiras: à frente, de lado ou às costas.

Infelizmente não a comprámos logo que a bebé nasceu. Teria sido muito útil na fase mais complicada das cólicas...
Como é um investimento acima dos 100 euros e eu não me tinha dado particularmente bem com o pano nem com o sling que me emprestaram, devido aos problemas de coluna que tenho, não quis arriscar a comprar algo que poderia ficar guardado no armário. Para além disso, tinham me dado um marsúpio da Chico, com o qual eu me sentia ainda menos confortável...
Contudo, há três meses atrás, fui a um encontro de mamãs, sendo a sua maioria adeptas do babywearing. Comentei com a amiga responsável por esse encontro que tinha imensa pena de não poder transportar mais vezes a minha bebé dessa forma. Ela falou-me da sua experiência, já com dois filhotes, e de como a sua mochila era extremamente prática e confortável. Se não estou em erro, a dela era uma Manduca... Vim para casa a pensar nisso, fiz as minhas pesquisas, recolhi opiniões e acabei por optar por uma Ergobaby.

Estou muito satisfeita com a minha escolha!
A mochila está concebida de modo a que o peso da criança fique distribuído sem forçar nenhuma parte específica da coluna. A minha bebé pesa atualmente 8 quilos e eu consigo dar um passeio com ela (com as mãos livres!), sem ficar aflita das costas! Tem alças acolchoadas que proporcionam uma boa sensação de conforto.
Consigo pôr e tirar a bebé com facilidade e rapidamente, mesmo sem ajuda, pois tem um sistema de ajuste com fivelas que funciona muito bem.

Sem a mochila, as idas à praia ao longo deste verão teriam sido bem mais complicadas. Muitas vezes, vou sozinha com a bebé. Levo a minha mala, o saco de muda de fralda, o guarda-sol... Poder transportar a bebé ao peito e ter duas mãos livres para carregar estas coisas é fantástico!

Nas caminhadas com os cães pelo pinhal, agora que os terrenos estão mais secos e amolecidos, o carrinho de passeio tinha tendência a enterrar-se. A bebé passou a ir às minhas costas ou do pai, este problema ficou resolvido e agarrar as trelas dos cães tornou-se também mais fácil!

Mas os momentos em que tenho sentido a mochila como uma verdadeira aliada são aqueles em que a minha bebé não consegue dormir. Ultimamente, à noite, tem acordado cerca de meia hora depois de adormecer, e chora, chora, contorcendo-se no nosso colo... Ainda não consegui perceber a causa deste desconforto, que se repete diariamente, embora desconfie que esteja associada ao nascimento dos dentes. No entanto, descobri que a forma mais rápida e eficaz de a acalmar é colocando-a na mochila, de preferência pele com pele. Caminho pelo quarto durante algum tempo, cantarolando, ela entrega-se ao conforto do embalo e deixa-se adormecer.
 
Transportar os bebés junto a nós é algo inerente à nossa espécie, mas que foi caindo no esquecimento nas sociedades ocidentais, especialmente ao longo do último século.
É bom saber que há cada vez mais mães a quererem recuperar este hábito e que existem cada vez mais opções no mercado que facilitam esta escolha!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Muito se entende antes de se falar!

Cá em casa, sempre falámos muito com a nossa bebé.
 
Há dias, uma amiga minha, que também foi mamã há alguns meses, falou-me que lera ou fora aconselhada, não me recordo bem, a falar frequentemente com o seu bebé, para estimular o desenvolvimento da fala. Respondi-lhe satisfeita que, de forma ora mais ora menos consciente, sempre o fizera desde que a minha filha nasceu.
 
Enquanto faço as tarefas domésticas, sempre andei com ela atrás de mim pela casa, deitada na espreguiçadeira quando era mais pequena, sentada na cadeira da papa ou na cadeirinha de passeio agora que está maior. E habituei-me a ir descrevendo o que estou a fazer... "A mamã agora está a dobrar a tua roupa" ou "Estou a acabar de arrumar a loiça e a seguir vou dar-te miminhos" são apenas dois exemplos do tipo de afirmações que profiro ao longo dos dias...
Ao vesti-la, por exemplo, também criei o hábito de ir falando, pedindo-lhe que me dê o braço para o passar pela manga, ou dizendo-lhe que vou enfiar um pé e depois outro nas pernas das calças.
E, às vezes, ao brincarmos com os peluches, também aproveito para os descrever...
 
Também falo diretamente para ela, não só agora que já reage com sorrisos e respondendo-me na sua linguagem própria, mas também quando era mais pequenina e apenas ficava a olhar para mim
Chamo-lhe nomes fofinhos, alguns inventados por mim (o pai inventa-lhe canções!)... 
Repito os sons do seu palrar ou respondo-lhe com um novo som, fomentando assim o desenrolar de deliciosas conversas só nossas.
De há uns tempos para cá, repito frequentemente determinadas brincadeiras de palavras. "Como é que faz o gato? Miau, miau!", digo enquanto me olha séria. "E como é que faz o cão?", que a faz soltar a primeira gargalhada. "Uoff, uoff, uoffff!!!", e aqui ri, ri...

 
Não sei o que é que ela compreende do que eu digo e quando comecei a falar-lhe não o fiz racionalmente, esperando que entendesse o que quer que fosse. Tendo em conta que passamos todo o dia juntas, fui sentindo necessidade de falar com ela e foi isso que fiz...
Depois comecei a pensar que, se ela aprende através da experiência, ajudá-la-ia a desenvolver a linguagem, se ouvisse frequentemente falar. E então começaram a surgir alguns momentos em que uso a fala mais deliberadamente.
 
Há estudos que indicam que aos seis meses os bebés já são capazes de entender um grande número de palavras, mas há também quem acredite, mesmo que apenas com base empírica, que eles nos entendem desde sempre.
E estas ideias remetem-me para um pensamento que vai um pouco ao encontro do meu último texto, sobre os rótulos que colocamos às crianças. Até que ponto é que aquilo que dizemos sobre os nossos bebés, diante deles, não está a ser captado e processado, mesmo que com algumas limitações, influenciando o decorrer dos acontecimentos?
 
Ou seja, pegando em exemplos práticos...
Porque é que, no fim de semana passado, a minha bebé, que estava tão bem disposta, desatou a chorar ao ir para o colo de uma pessoa amiga, que começou por perguntar se ela iria estranhá-la?
E será que o facto de já ter dito algumas vezes que a minha bebé não está muito entusiasmada com os novos alimentos tem repercussões reais neste seu desinteresse?
E é possível que, por já ter ouvido vários elementos da família dizerem que, quando chora, só a mãe a faz parar, isto se tenha tornado mesmo verdade?
Não sei... Fica aqui a ideia para refletir...

De qualquer modo, acho que a maioria de nós adultos tem este péssimo hábito de falar das crianças como se elas não ouvissem... E isso é algo que quero melhorar!
Falar dela não, falar para ela!
 
 
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