sábado, 17 de fevereiro de 2018

Jogos de tabuleiro que recomendo para crianças - Parte 1

Cá em casa, a nossa menina já gosta muito de jogos de tabuleiro.
Sorte a minha, pois o pai, ao contrário de mim, não tem prazer nenhum nesta atividade, e eu precisava há algum tempo de um companheiro para as minhas jogatanas! É claro que ela ainda não joga um Catan ou um Carcassone, mas há de chegar o dia!
É certo que os gostos também se transmitem e que, se não fosse eu, muito provavelmente a minha filha ainda não se interessava por estas coisas. Mas como ainda por cima é uma atividade que traz benefícios a muitos níveis, ainda bem que a influenciei. Aprende-se muito a brincar!


Memória


O primeiro jogo a dois que despertou o seu interesse foi o jogo da memória. No móvel temático do Outono disponibilizei-lhe um e ela gostou muito de jogar, tendo me surpreendido pela sua capacidade de memorização.
Depois desse, já jogou a um jogo da memória da Princesa Sofia, que eu tinha adquirido num mercado de trocas, a outro do Grufalão, que imprimi a propósito da sua festa de anos, e ao meu preferido, que é um de madeira com desenhos de animais.
Este jogo desenvolve a capacidade de observação, de concentração e de memorização.
Também com este jogo, a minha filha aprendeu a esperar pelo seu turno e a respeitar regras sem as quais o jogo não funcionaria (por exemplo, não pode virar mais do que duas peças mesmo que não acerte).


Cores e Formas


Tinha este jogo cá em casa há mais de um ano, à espera que ela tivesse idade para o jogar, e tinha inclusivamente oferecido um igual à filha de uma amiga, no seu aniversário, por achar que era didático e divertido. Não me enganei!
Neste jogo, cada jogador fica com um ou dois cartões (dependendo do número de jogadores), tendo cada um deles imagens com figuras geométricas em falta. Na sua vez de jogar, o jogador lança dois dados, correspondendo um à forma e outro à cor. Deve então verificar se tem essa forma geométrica em falta nos seus cartões e se assim for vai buscar o bloco de plástico que a completa. Ganha quem primeiro completar os cartões com os blocos.
É um jogo rápido, com o qual a criança aprende a combinar a informação de dois dados, bem como a reconhecer e identificar cores e formas geométricas.
A brincar, a brincar, já sabe o que é um triângulo, um quadrado e um círculo! E não se engana a fazer a leitura dos dados!


Quando percebi que ela gostava de jogos, não resisti a fazer uma pesquisa mais aprofundada e encomendei dois jogos numa loja online: Koala Capers e Funny Bunny.


Koala Capers


O primeiro que lhe ofereci foi o Koala Capers, por verificar que, tal como o Cores e Formas, se jogava com dois dados, cuja informação de devia combinar. Então, achei que não teria dificuldade em integrar as regras.
Este jogo trata de koalas que viajam pelo mundo. Na área de jogo, colocam-se voltadas para cima todas as cartas com roupas/trajes e cenários, correspondentes a diferentes pontos do mundo (traje de explorador no Egito, de esquimó no Ártico ou de tirolês na Áustria, só para dar alguns exemplos). Depois, cada jogador recebe uma carta com um koala de face tridimensional, que deverá vestir com os referidos trajes. Um dos dados refere-se ao padrão e o outro à peça de roupa e, combinando esta informação, o jogador deve procurar uma carta que se adeque. Por vezes, sai "cuecas" no dado correspondente à peça de roupa e o koala perde todas as cartas obtidas até então. Ganha quem mais rapidamente obtiver cinco cartas. Como os jogos são muito rápidos, decidimos aumentar de cinco para oito o número de cartas necessárias para vencer.
Ela adora este jogo, que combina sorte com atenção, capacidade de observação e discriminação visual, para além da já referida, no jogo anterior, capacidade combinatória de informação. Tenho também aproveitado para despertar o seu interesse por outros locais do mundo, comentando algumas características das cartas. Ela já sabe, por exemplo, que uma das cartas representa uma ponte parecida com a que passamos quando vamos a Lisboa, mas que fica em "Quico", querendo referir-se a S. Francisco, já que é assim que chama o seu amigo com o mesmo nome.


Funny Bunny


O seu jogo favorito do momento é, sem dúvida alguma, este! Não há dia que passemos sem que me peça para jogar pelo menos uma vez! Os avós, os tios (ou quem cá vier a casa) também não se livram de jogar!
E não é de admirar, pois o jogo tem um tabuleiro extremamente apelativo e é muito imprevisível! Podemos estar a pouquíssimas casas do fim e perder o jogo inesperadamente...
O objetivo do mesmo é alcançar a cenoura no fim do percurso com um dos nossos quatro coelhos. Para tal, em cada jogada, devemos retirar uma carta que nos dá a indicação dos saltos que o coelho dará (entre um e três). Contudo, existem também cartas com o desenho de uma cenoura. Quando uma delas é retirada, devemos rodar a cenoura no centro do tabuleiro e isto altera o mesmo: buracos mudam de lugar (o que pode dar origem à perda de coelhos), uma toupeira sai do buraco (empurrando para fora do tabuleiro o coelho que estiver nessa casa), uma cancela abre-se (obrigando o coelho que aí se encontre a recuar várias casas, através de num escorrega) e uma ponte sobe ou desce (o que bloqueia ou não a passagem dos coelhos).
Com este jogo, ela aprendeu a percorrer o tabuleiro, avançando o número de casas indicado nas cartas na direção certa. Ao observar asa cartas, está a desenvolver a capacidade de subitizing, ainda que só até ao número três. Esta capacidade é a mesma que usamos ao fazer a leitura de dados de pintas e que consiste no facto de que não precisamos de as contar para saber o número representado. Tem vindo a desenvolver as suas estratégias de jogo, decidindo que coelho avançar. E, mais uma vez, respeita as regras do jogo, sendo inclusivamente capaz de as explicar.

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